Ponte

A um pé da ponte, aproximadamente trinta centimetros de começar a atravessar. Aquela sequencia de passos era-me vagamente conhecida, uma vez há tempos atras eu pude ver a estrada abaixo do monte de concreto, e aquela estrada podia levar-me à você, lembrar-me de você ou despedir-me de nós. Não dizer-te adeus, mas guardá-lo como um, dentro da minha unica forma conscisente. Eu e você, sem nós, separados, mas, escritos, guardados para depois. Meus olhos embaçados, efeitos, parecem te enxergar à frente, talvez um metro à frente ou dez vidas após. A luz do sol se confundia com o brilho do verde dos seus olhos e nada iluminava os trinta centimetros antes do inicio da ponte. Poderia derreter e misturar-me com o concreto, o cimento e esperar até que seu conjunto de tijolos te trouxesse até aqui, me guardar pra depois. Poderia correr e terminar aquele caminho rapidamente, correr de você e esperar o dia que me assustaria ao tropeçar no seu pé naquela rua em que nos vimos, e até lá fingir que seu eu é apenas teu e que não guardei teus errados, pouco e serenamente certos, dentro de mim. E de qualquer jeito, assim, tropeçaria em tudo, torcendo pra que fosse você e enquanto não for, eu atravessarei essa ponte, por um metro ou por dez vidas.

Carmen Tina
Enviado por Carmen Tina em 16/04/2014
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