Meninas-mulheres. Uma infância roubada!

Meio cabisbaixa e até tristonha com uma notícia veiculada nas mais variadas mídias pernambucanas, trago ao conhecimento dos meus leitores que aqui em Pernambuco o Governo do Estado, numa ação preventiva e oportuna está liberando um grande lote de vacinas contra o HPV (Câncer de Colo do Útero).

Até aí, nada de mais, nem de menos.

Então era para ficar alegre, escritora! Que que há???

No entanto, quando vou ficando mais atenta aos detalhes da novidade, as reportagens evidenciam que as referidas vacinas são destinadas EXCLUSIVAMENTE às meninas com idade entre 11 e 13 anos.

De início, fiquei chocada, pois nem sou lá tão velha assim, tenho 40 e uns anos, mas lembro-me que entre meus 11, 12 e 13 anos, eu estava brincando de pular cordas, de esconde-esconde, praticando esportes, confeccionando roupas para as bonecas que eu mesma criava, tomando muito sorvete, estudando à duras penas e outros troços típicos de crianças e adolescentes da minha faixa etária àquela época.

Lendo as matérias, fui ficando murcha, literalmente murcha e senti-me invadida por um misto de dó e piedade das nossas criancinhas e adolescentes, que, infelizmente, como noticia a matéria amplamente veiculada nas mais diversas reportagens, estão com a vida sexual em plena atividade.

Misericórdia!

Tenho uma filha que hoje ostenta 19 anos, é Bacharelando em Direito, estudiosa, cuca legal, e afirma em muitos momentos que seguirá minhas regras no que tange à educação de sua prole, que, em tempo aprazível, programado e maduro, fatalmente chegará, se Deus permitir, é lógico.

Só que ela teve sim uma infância pura, observada, plena, monitorada, rodeada de carinho e amizade, alicerçada nos preceitos bíblicos e brincou muito de bonecas comigo e com muitas coleguinhas.

Éramos duas 'amiguinhas' e eu falava com voz infantil para tornar a brincadeira mais prazerosa. Até hoje ela guarda suas bonequinhas intactas.

Lógico que aos 15, 16 anos ela gradualmente largou as "filhinhas de panos e plásticos" e partiu para escolher uns namoricos.

Diante da novidade, lá estava eu, meio enciumada, mas permissiva e compreensiva, afinal aquela conduta era típica e comum para jovens daquela faixa etária.

No entanto, percebo que fui zelosa em não permitir, sob hipótese alguma, que minha filha preciosa saltasse fases, ciclos de vida.

Hoje, ao deparar-me com notícias deste condão, dá um aperto no peito e penso de forma impulsiva e revoltada:

O que fizeram com nossas crianças?

O que estão fazendo com nossas crianças?

Que fim deram à infância das nossas crianças?

É, está difícil ler certas matérias neste mundo moderno, mas não posso fugir nem fazer vistas grossas à realidade que se evidencia bem abaixo do meu nariz.

É dura, mas infelizmente é a mais pura e refinada realidade!

Que fazer, então?

Como mulher cristã, me apego às bases que norteiam meus passos e busco amparo nas Santas Letras, deparando-me, de pronto, com um belo versículo bíblico constante no livro de Provérbios capítulo 22:6 que sabiamente nos recomenda:

"Ensina a criança o caminho que deve andar e ainda quando for velha, não se desviará dele".

É bem assim!