A Avenida da Saudade

As avenidas da minha cidade, tem uma época do ano que começam a receber, Ipês a florir... e o passeio, pela Lagoa do Parque Solon de Lucena, fica agradavel e lindo... E, ali, logo pertinho, também, encontramos, uma antiga avenida, onde existe a floração dos Jambeiros, que estendem por toda Avenida afora, um extenso tapete vermelho por onde passam, sem qualquer atropelo, muitos pés e inumeros pneus de automoveis, deslizando na comunhão do direito e liberdade de ir e vir. E, eu estou aqui, nesta esquina da Maximiano de Figueiredo, mergulhando meus olhos a cata do Tapete Vermelho, das flores dos Jambeiros que também, enfeitam a minha cidade.

Mas, voltei na hora errada. Nem os Ipes nem os Jambeiros, florescem nesta época, em que aqui, me acho. E, as lembranças, sem pedir licença, me chegam, acompanhadas da saudade e, ficam comigo quietas, caladas. E o silencio que a saudade do passado impõe, vai invandindo o coração, sem pedir licença. A danadinha da saudade se apressa, passa a frente e toma conta da minha alma, que em sendo de mim, assim, tão intima carrega nas suas asas invisíveis o meu já doído coração e aos meus olhos castanhos, ja cansados, as lagrimas por tanto tempo contidas, veem banhar-me o rosto do passado e a face, pelo ttempo, já um pouco gasta.

E a vida passa. O tempo vai levando a vida do jeito que nós a queremos viver, portanto, em mim, nenhuma queixa nem mágua, eu escolhi... ser feliz, como sou...esta saudade que me faz companhia, é bem vinda, e, tão bem vinda que, aqui, nas imediações da Praça da Independencia, estaciono o carro. E, com a saudade pela mão, vou ao encontro da Avenida da Saudade. Pelas calçadas vou descendo e subindo, tendo esta doce e leve saudade por companhia. Saudade de um tempo bom, feliz e angustiante ao mesmo tempo, mas, eu tinha, a vida na palma minhas das mãos, como se não existisse pressa, nem o hoje muito menos o amanha...

Agora, em meio a esta Avenida, percebo, que o passado, em mim tem a força e vibração do presente e de um feliz belo e suave presente da vida... pois, por esta Avenida, fui a mais feliz das mulheres. Hoje, sequer, é tempo da floração nem dos Ipês, nem dos Jambeiros, quando o Tapete Vermelho ao longo da Avenida do meu passado, se estendia rua abaixo, para que, a EUZINHA, por ela desfilasse sonhos. E a felicidade, que vive hoje, em mim, em forma de uma doce e suave saudade, me alimenta a vida, alegrando o meu presente, pois, no inventario dos meus sonhos, há registro de belos dias e anos felizes, desfilando, sob os tapetes vermelhos dos muitos Jambeiros e a floração do muitos Ipes, roxos e amarelos, da minha cidade de Nossa Senhora das Neves...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 20/02/2014
Reeditado em 02/01/2015
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