Menino Jesus

O poeta, que há anos se encontra na prática do Espiritismo, pegou um livro que alguém havia deixado na igreja do Bom Jesus. Lendo-o fervorosamente se viu logo curado de uma grande angústia espiritual e, a partir de então, passou a refletir se aquilo realmente não funcionaria mesmo. Enquanto folheava suas páginas encontrou uma história que contava que em Praga foram tantos os prodígios realizados pelo Menino Deus, que daí se originou a devoção sob o título de “Menino Jesus de Praga”. O poeta conhecia a lenda que se tornou tão grandemente maravilhosa, e não acreditava tanto assim no poder da oração. E também porque não sentia certa admiração pelas religiões, principalmente quando muitos nas suas alienações pregam o evangelho...

Mas, não era por isso que o poeta não iria acreditar que o Menino Jesus tinha por hábito pregar o evangelho entre os doutores, que ouviam-no perturbados, diante de tanta sabedoria e presença de espírito.

- Por que uma criança podia saber tanto? – perguntou a si mesmo.

Por fim, sabia que existe um trecho que é fundamental aos católicos: o poder da fé como a única salvação: “Espero com confiança alcançar Vossa santa graça. Amo-vos com todo meu coração e com todas as forças da minha alma. Pesa-me de Vos ter ofendido e proponho nunca mais tornar a Vos ofender. De agora em diante, quero Vos servir com toda fidelidade e por amor de Vós, amar ao meu próximo como a mim mesmo”.

Eis a questão que penaliza a humanidade “amar ao próximo como a si mesmo”, desde a sua criação. Jesus soube amar até mesmo os seus inimigos. A humanidade deveria ser uma grande e harmoniosa família. Na igreja da Harmonia, cantavam a oração de São Francisco de Assis:

“(...) consolar, que ser consolado;

Compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

É perdoando que se é perdoado,

E é morrendo que se vive para a vida eterna!”

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José Calvino
Enviado por José Calvino em 25/01/2014
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