SENSO COMUM

Ambiciona em si o próprio da felicidade, mas não sabe ser capaz de encontrar além de semianalfabetismo no cordel; o qual diga-se; nunca leu. Roga-se ao pastoril do rebanho alheio pois se lhe vigia tanto o rebanho alheio, e nunca fez-se além de dicotomizar moral e anatomia nas vezes que o próprio corpo festeja. É capaz de generalizar a tudo o que à repugnância se associa, e incapaz de ver história por trás da história. Procura sempre o ponto comum das opiniões para impor-se em opiniões. Descaracteriza a realidade com uma matemática opulenta e dissimétrica. Invade a verdade alheia com aquela que sempre aprendeu. Quem assim não é? – tem inveja da civilização! Claro, civilização é aquilo que se entende por: você...! Claro, tanto quanto ver feição na feição que ninguém vê. Claro! Tanto quanto a sua adoração pela feição que você vê, sendo a feição que ninguém vê. Óbvio! Pois então, maior satisfação com o que deve ser ideal e de bom senso não há! Pois então, o que há de reclamar? Ser médio parece mesmo uma zona de conforto: abre suficiente espaço para sonhar demais; e viver por que? – Taí, a nata da existência é a mediocridade! Reclamar de quê? Há sempre um governo culpado. Há sempre uma conspiração. Há sempre um cinema lotado. Há sempre um feriado prolongado, há sempre verão, há sempre alguém pra ser alvo: ser médio faz muito bem! Quem experimenta não larga...