LEIO MAIS QUE ESCREVO
 
Escrevo coisas que não devem ser publicadas, apenas desabafos íntimos de minhas fraquezas.
Estou muito aflita. Ao abandono. De filhos. De ninguém.
Parece que não sou mais importante.
Muita gente está morrendo. Fico triste e insegura.
Não confio em mim mesma para fazer ou resolver coisas.

 Só tenho Jesus e Nossa Senhora. Também estou envergonhada de estar escrevendo essas coisas, que seriam condenadas pelos meus filhos.
Mas escrever é alguma coisa em que confiamos e nos salva, não nos deixa só.

Hoje, na rua da Glória, no Bradesco, Vila Rica, CAIXA, a rua me dava insegurança, a polícia fazendo um cerco entre Lapa e Glória me deu muito medo naquele trecho. Alguma violência era aguardada ali. Temi.
Andar foi bom, de volta para o meu prédio, o lance de escadas até a portaria eu percorri com muito mais firmeza dos meus joelhos e pernas. Mas estar lá fora, na rua, e tendo que ir resolver coisas me abalou. Quase eu chorava feito criança indefesa. Uma coisa ridícula. Eu sempre tomei conta de mim mesma. Mas agora, depois  de experimentar o perigo com a saúde, eu estou assim , boba e não confiar em mim mesma, podendo ou supondo cair doente ali no meio do caminho e das ações a serem feitas.
Mas fiz tudo e quase chorava, só para ir depositar o ordenado do meu caseiro na CAIXA.

Andei nas calçadas sentindo a insegurança. Sempre fui corajosa na vida, na saúde. Agora, enquanto me recupero, estou na maior covardia, receosa.
Mas sair é um desafio indesejado. Mas consegui fazer tudo e consegui voltar de taxi, e em casa me abriguei. Enfim.