Gestão empresarial. Inovar é preciso!
Estava meditando no texto abaixo (autoria de Bertold Brecht), que diz assim:
“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: Não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.
Nada é impossível de mudar”.
Estas recomendações ecoam como uma verdade que tenho posto em prática em minha trajetória existencial.
É que muitas vezes, as pessoas se acomodam com as rotinas a que são expostas e não têm ousadia de inovarem, pois seria, segundo elas, uma afronta aos costumes enraizados nas culturas que ficaram acostumadas a viverem no cotidiano, no dia a dia.
Trago ao conhecimento dos senhores, a instigante historinha que li num dos meus livros de leitura obrigatória, sobre a saga do rabinho do porco.
Conta-se que é costume noutras culturas, de, na época natalina, assarem um leitão.
Esse costume, ou melhor, essa tradição fora passando de geração à geração, de pai para filho e se perpetuou no tempo.
Existe um costume adotado quanto ao momento de levarem o leitão ao forno: cortam o rabinho do animal e colocam-no numa grande assadeira. Feito isto, aguardam algumas horas e lá está o delicioso prato a ser degustado por toda a família.
Como em toda a família tem um curioso, conta-se que um deles quis saber o porquê do costume do corte do rabinho do leitão.
Sendo assim, iniciou uma caça às culturas antigas, às raízes da família e estava ávido por descobrir o porquê daquela prática de cortar o rabinho do leitão na época natalina.
- Deve haver uma justificativa. Pensava ele.
Assim sendo, dirigiu-se até sua bisavó e descobriu o real motivo do corte do rabo do leitão: é que nos tempos mais antigos, a assadeira que foram utilizar para assarem o leitão não comportava o rabo do leitão, então chegaram ao consenso de simplesmente cortá-lo para melhor acondicionamento na assadeira.
Era apenas isto!
Vejam que bobagem, caros leitores. Um simples gesto facilitador tornou-se um costume, uma tradição seguida por inúmeras gerações.
Desta forma, percebo que há na atualidade muitas pessoas que ainda estão "cortando o rabinho do leitão" mas não sabem o motivo que leva ao procedimento, ao costume, a tradição.
Insatisfeita com certas maneiras de conduzir algumas praxes que muitos denominam cotidianas e rotineiras, tenho por hábito questionar tendências e checar se realmente são procedimentos válidos ou meros costumes adotados por alguns e que não têm mais nenhuma serventia nos dias atuais.
Esta é minha ousada, inovadora e não tradicional maneira de gerir negócios.
E não é que tem dado certo?
Inovar não é para todos, tendo em vista que os acomodados de plantão são altamente resistentes às inovações trazidas por novos gestores e farão de tudo para provarem que estão com a razão.
No entanto, não poucas vezes, em minha trajetória laboral, constato através de números e significativa redução de custos, que inovar é preciso e que o líder não deve se acovardar em se intimidar ao implantar mudanças significativas temendo cara feia, absenteísmo, resistência ou corpo mole de alguns obreiros, afinal, para isto é que o líder foi admitido.
É preciso coragem, ousadia, desprendimento, pulso firme e prudência.
Avante, Brasil!