Eventos e sentimentos sazonais...
Janeiro é o mês dos pactos, das novas esperança, o evento é pensar nas mudanças que o ano novo trará...
As pessoas se envolvem em projetos de renovação que em menos de trinta dias já caem no ostracismo e logo é substituído pela alegria do carnaval em fevereiro (às vezes em março), que vem cheio da fantasia contagiante da folia e das festas, para os que gostam das festas, mas que também traz um convite sutil aos mais reservados que buscam os retiros espirituais, passeios e outros atrativos para aqueles que não veem muita graça nos folguedos. E março segue nesse rumo, ainda com os resquícios das alegrias de fevereiro e as empolgações de janeiro.
A sociedade humana vive de eventos, uns menores outros maiores, mas todos cheios de algum sentimento que será o promotor dos comportamentos.
Maio, chegou a hora de nostalgia para quem não tem mais, e corrida às compras e pequenas homenagens para as memoráveis mães, que nesse mês deixam de ter pecados, são beatificadas pelo sentimento globalizado de um amor que tem data marcada para ser colocado na geladeira, afinal, em junho é o mês dos namorados, e as sogras (que também são mães) praticamente não tem papel nesse enredo, pois é hora de correr às compras para presentear os amores.
Os eventos vão desfilando, dia dos pais, todos idolatram os pais; dia da independência, o civismo vem à tona; dia das crianças, é hora de lembrar os filhos e as crianças sofridas; dia disso e dia daquilo, eventos para nos lembrar que temos sentimentos para direcionar para esse ou para aquele grupo, ou eventos para nos afastar das tristezas como a falta de reconhecimento no trabalho, aquele político que não cumpriu suas promessas, aqueles atentados aos nossos bolsos cometidos pelos corruptos que cada vez desfilam mais abastados, bem alimentados e bem vestidos enquanto nossa revolta é contida pela euforia sazonal dos eventos.
Claro que no primeiro trimestre temos que ser bombardeados com folia e otimismo para não sermos vencidos pelos inúmeros impostos que pagamos e que não nos retorna com justiça. Claro que precisamos ser lembrados das mães e das namoradas para esquecermos o imposto injusto de renda, que afronta nosso salário já minguado pela carga tributária visível e invisível, embutida nas coisas triviais que consumimos no dia a dia.
E no final do ano precisamos esquecer os inúmeros mortos vítimas da violência do trânsito, da violência homicida e da violência policial, que estão assim porque nosso direito à uma segurança pública foi negado, apesar de pagarmos impostos que serão usados na construção de arenas para mais eventos ocultadores da real situação em que vivemos.
Para cada mês um ou mais eventos, feriados, corridas ao comércio, cada um cumprindo sua função de anestesiar os sentimentos de revolta por tudo que passamos e massagear outros sentimentos que também atuarão como anestésicos para nossas dores.
E a realidade emocional de nossa sociedade vai sobrevivendo de eventos e de ocasionais arroubos de empatia com as dores alheias. Dia 24 muitos estarão celebrando a fartura e falsas presunções de felicidade, sendo desviados das misérias pelos sentimentos de fraternidade e pelas reuniões cheias de sentimentalismo. Depois que essa data passar, vem o torpor do réveillon, e quando a realidade retornar, estaremos de volta ao janeiro de um ano novo.
Janeiro é o mês dos pactos, das novas esperança, o evento é pensar nas mudanças que o ano novo trará...
Janeiro é o mês dos pactos, das novas esperança, o evento é pensar nas mudanças que o ano novo trará...
As pessoas se envolvem em projetos de renovação que em menos de trinta dias já caem no ostracismo e logo é substituído pela alegria do carnaval em fevereiro (às vezes em março), que vem cheio da fantasia contagiante da folia e das festas, para os que gostam das festas, mas que também traz um convite sutil aos mais reservados que buscam os retiros espirituais, passeios e outros atrativos para aqueles que não veem muita graça nos folguedos. E março segue nesse rumo, ainda com os resquícios das alegrias de fevereiro e as empolgações de janeiro.
A sociedade humana vive de eventos, uns menores outros maiores, mas todos cheios de algum sentimento que será o promotor dos comportamentos.
Maio, chegou a hora de nostalgia para quem não tem mais, e corrida às compras e pequenas homenagens para as memoráveis mães, que nesse mês deixam de ter pecados, são beatificadas pelo sentimento globalizado de um amor que tem data marcada para ser colocado na geladeira, afinal, em junho é o mês dos namorados, e as sogras (que também são mães) praticamente não tem papel nesse enredo, pois é hora de correr às compras para presentear os amores.
Os eventos vão desfilando, dia dos pais, todos idolatram os pais; dia da independência, o civismo vem à tona; dia das crianças, é hora de lembrar os filhos e as crianças sofridas; dia disso e dia daquilo, eventos para nos lembrar que temos sentimentos para direcionar para esse ou para aquele grupo, ou eventos para nos afastar das tristezas como a falta de reconhecimento no trabalho, aquele político que não cumpriu suas promessas, aqueles atentados aos nossos bolsos cometidos pelos corruptos que cada vez desfilam mais abastados, bem alimentados e bem vestidos enquanto nossa revolta é contida pela euforia sazonal dos eventos.
Claro que no primeiro trimestre temos que ser bombardeados com folia e otimismo para não sermos vencidos pelos inúmeros impostos que pagamos e que não nos retorna com justiça. Claro que precisamos ser lembrados das mães e das namoradas para esquecermos o imposto injusto de renda, que afronta nosso salário já minguado pela carga tributária visível e invisível, embutida nas coisas triviais que consumimos no dia a dia.
E no final do ano precisamos esquecer os inúmeros mortos vítimas da violência do trânsito, da violência homicida e da violência policial, que estão assim porque nosso direito à uma segurança pública foi negado, apesar de pagarmos impostos que serão usados na construção de arenas para mais eventos ocultadores da real situação em que vivemos.
Para cada mês um ou mais eventos, feriados, corridas ao comércio, cada um cumprindo sua função de anestesiar os sentimentos de revolta por tudo que passamos e massagear outros sentimentos que também atuarão como anestésicos para nossas dores.
E a realidade emocional de nossa sociedade vai sobrevivendo de eventos e de ocasionais arroubos de empatia com as dores alheias. Dia 24 muitos estarão celebrando a fartura e falsas presunções de felicidade, sendo desviados das misérias pelos sentimentos de fraternidade e pelas reuniões cheias de sentimentalismo. Depois que essa data passar, vem o torpor do réveillon, e quando a realidade retornar, estaremos de volta ao janeiro de um ano novo.
Janeiro é o mês dos pactos, das novas esperança, o evento é pensar nas mudanças que o ano novo trará...