NÃO QUERO A SUA LEITURA

Diga-se de passagem, o vendaval passou

Pois ferro que fere ferro já saiu ferido e se ferrou

Todo mundo do mundo é alguém na mesma prudência em que estar tão vazio é ninguém

A conquista é uma batalha, mas nem sempre uma batalha redunda em conquista: obviedade é a arte de encher linguiça!

Lute pelos seus sonhos: e faça disso o álibi por não ter coragem de lutar pela realidade

Em casa de ferreiro a chapa nunca esquenta, pois o bom filho a casa paga

Sua vida por um acaso atesta que o seu ritmo é de festa?

Rimar enjoo com palidez dá no mesmo que entupir a noite e não crer na ressaca

Diga-se de passagem, o passo não rimou

Parece uma razão sem sentido uma lógica nem pé sem cabeça algo que pareça e não cresça?

Parece, mais vale uma mão do que o tempo avoando,

Parece, mas dinheiro não compra eternidade,

Parece, ocorre que às vezes há santo que foge da cruz,

Refresco nos olhos dos outros é acidente

Parente é o amigo que nem sempre escolhe a gente

Se tapar o sol com a ladeira, certeza: da peneira não passa!

Dizer que os gatos da noite são pardos faz de qualquer gato um bom cão de caça

De moeda em moeda fiz dividendos

Devagar se vai aonde se chega morrendo

Em terra de cego, quem tem um olho pode virar oculista

Parece uma agulha no nevoeiro isso que venho lhe dizer? Parece, pois não há mal que sempre dure nem bem que a gente esqueça,

Cresça e desapareça: dir-lhe-ia o jacaré que nada no rio de piranha

Estou assim confuso, não saberia dizer o porquê, nem assim sonhando aceitaria o seu conselho, pois se a verdade fosse boa você me chantagearia.

Nem olhe assim pras palavras com esses olhos de rapina galanteadora

Ao continuar a ler estas letras, assinará você a sua confissão.

E não há defensoria nem qualquer testemunha.

Você está aqui de novo.

Tomarei meus cuidados.

Diga-se de passagem, de volta à cena do crime o criminoso não faz desaforo.