Um empresário às avessas

Após uma manhã chata, sol causticante e vontade de ficar apenas à beira de uma piscina tomando um suco de frutas e degustando uns camarões ao alho e óleo, tive, por obstinação profissional, que submeter-me a uma maratona de aulas indispensáveis para meu aperfeiçoamento secular na seara jurídica.

Tudo bem, faz parte! Sempre lembro que temos que abrir mão de alguma coisa para poder conquistar outras.

Não deixando o bom humor, segui minha jornada, agradecendo a Deus pela oportunidade de poder contemplar o sol, os animais, as pessoas, a beleza da cidade, dentre outros segredinhos só meus.

Missão cumprida!

Glória a Deus por isto!

Saí em direção ao centro da cidade, no afã de fazer um programa comigo mesma. Faço isto com constância. Sou uma pessoa agradabilíssima para mim mesma!

Sinceramente, não entendo como tem gente que diz: Eu não me suporto! Sai dessa, meu cara! Muda o foco!

Pois bem: Cheguei num restaurante e quando estava me servindo, escutei um brado, um grito.

Era o proprietário do estabelecimento 'chamando, aos berros' um dos funcionários.

Permaneci em silêncio, mas já querendo dar uma aula de etiquetas para aquele que se dizia empresário.

Daí há pouco, o chefe se levanta e diz a um outro funcionário: Chama fulano de tal, pois eu já gritei e ele não veio até agora.

Larguei minha bandeja, fui em sua direção e disse:

- É cidadão, o senhor gritou, por isso que ele não ouviu. O senhor sabia que quanto mais se grita, menos se ouve? Aprenda a tratar seus funcionários com cortesia, senão todos se tornarão surdos! Ah, poderão também se tornarem mais abastados, basta se reunirem e ingressarem com uma ação pleiteando indenização por assédio moral contra o senhor na Justiça do Trabalho.

Perdi o apetite, paguei o alimento que já havia posto no prato e saí.

Conclusão: Ao invés de ficar de barriga cheia, fiquei de saco cheio!

Em qualquer esfera da vida, constato que EDUCAÇÃO é tudo!