Entre dores e poemas

Quando fazia a 5ª série, minha professora de português fez questão que todos os alunos decorassem um poema cujo final era: Levante a cabeça e diga com orgulho: Sou um palhaço... eu, criança do interior, não sabia o que era um palhaço, mas terminei meu poema com essa frase...

O tempo passou, descobri que a literatura, em mim, exercia um poder curativo. Debrucei-me sobre crônicas, poemas, contos, romances... e colori meu mundo com as cores da literatura...

Certa feita, li o Poeminha do contra, de Mário Quintana, tão curtinho, poucas palavras, mas com o poder curativo dos males que assolam nosso dia a dia: o desejo de passar sobre os outros, de destruir sonhos e seguir sozinho na busca do poder... Gosto de repetir: eles passarão/ eu passarinho...

De galho em galho, vou descobrindo um mundo maravilhoso que os livros me trazem... Hoje foi um dia tão difícil em minha vida, mas estou tomando um poema de Cecília Meireles: Pus meu sonho em um navio/ o navio em cima do mar/ abri o mar com as mãos/para o navio naufragar...

Assim, a vida vai chorando e sorrindo a cada desafio infinitamente enorme, um poema infinitamente balsâmico..."Cada um sabe as dores e delícias de ser o que é".

valene
Enviado por valene em 01/11/2013
Reeditado em 13/07/2020
Código do texto: T4551124
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