A FEBRE DO OURO MODERNA

Os concursos públicos estão na moda, todo mundo quer, do estudante universitário ao desempregado, hoje, todos sonham em ter o Estado como patrão, mas ninguém se ilude em achar que isso se deve à vocação ou à vontade de bem servir a população, se deve, sim, ao alto salário e à estabilidade, benefícios que na iniciativa privada não existem.

Vejo essa moderna “febre do ouro” em que se transformaram os concursos públicos por dois prismas: o do indivíduo e o do país, pela visão da pessoa, do estudante, do profissional superar as dificuldades e outros candidatos é uma vitória, pois a tranqüilidade de ir dormir trabalhando e não ter a surpresa de no dia seguinte ser demitido não existe, sem falar no alto salário que não depende muito de nenhuma qualificação especial, e sim, apenas, pontuar o máximo possível na prova, o candidato a uma vaga no serviço público na maioria dos casos não foi bem sucedido em sua área de atuação, pois eu desconheço grandes médicos e grandes advogados de renome por ex que abandonaram a carreira e tentaram uma vaga, outra parcela corresponde àquele estudante universitário que não consegue enxergar o mercado como tal, e no seu primeiro ano de curso superior já se planeja para fazer concursos públicos, e é nesse ponto que entra o prisma sobre o país: Jovens com essa visão “concurseira” não enxergam o mercado como mercado, não esperam construir carreira na iniciativa privada, e isso porque o Brasil, infelizmente, não possuí o capitalismo e o liberalismo na sua cultura, tributos excessivos, leis trabalhistas ultrapassadas e a ingerência do Estado na economia não permitem que haja competição entre as empresas, de modo que estas continuamente tem que realizar cortes de custos e demitir seus funcionários, quando alguém entra no serviço público automaticamente saí do mercado de trabalho, com isso a indústria perde mão de obra qualificada e quando a indústria perde mão de obra qualificada não se produz riqueza, sem produzir riqueza o país não cresce, o páis não crescendo a pobreza aumenta, isso em 15, 20 anos no ritmo que está pode ser catastrófico, enalteço o serviço público pela sua importância e não recrimino quem procura essa carreira, ela tem seus méritos, a minha crítica é contra a mentalidade atual de que “quanto mais Estado melhor” é necessário que haja opções, a iniciativa privada deve ser igualmente atraente para os profissionais de qualidade, pois não existe nada mais frustrante, do que batalhar por uma profissão e no fim das contas não conseguir exercer, é preciso que as empresas se fortaleçam para que possam pagar mais e oferecer melhores condições e mais segurança, e isso só se consegue com o Estado deixando de intervir na economia, dessa forma, as escolhas serão feitas mais por vocação e menos por ambição e necessidade, não podemos esquecer que quem paga os salários dos servidores são os contribuintes, que trabalham em empresas privadas, e os empresários que arcam com gigantescos tributos para exercerem sua atividade, por isso, para o Estado é preciso olhar com mais carinho o setor privado, por querendo ou não, sua manutenção depende muito disso, e em última análise, os empregos públicos também.