UM recorte de uma madrugada qualquer no subúrbio carioca.

São coisas muito daqui, é tão zona norte, tão provinciano ir a janela de madrugada e acender um cigarro quando só se escuta o com da caixa d´água do vizinho enchendo e os gatos que fazem algazarra sobre as telhas quebradas de amianto.

Eu escuto uma musica qualquer de Silva enquanto observo nas ruas_vazias uma mulher com o passo apressado com todo o medo da violência muito mais da TV do que das ruas em si. (Lá se foi a metade do cigarro)

Sempre me encantaram as luzes dos televisores ligados dos cômodos escuros, pensava mas pessoas deitadas confortavelmente o sofá assistindo seus programas predilectos, ou um casal deitado em sua cama de casal rindo de umas comédia qualquer antes de pegar no sono.

(um som de tiro perdido)

A janela do lado se abre e me aparece minha vizinha com cara de sono, me sorrindo diz: Porque você sé escuta musica boa pelas madrugadas.

- Bem, mas musicas não são as mesmas mas são sempre boas.

- Devem ser sim, é que meu dia é corrido só as escuto de madrugada.

- Poxa desculpe, te incomodo?

- De modo algum, como disse são boas.

- Obrigado, bem vou indo que pode não parecer pela hora mas acordo cedo (risos).

- Boa noite.

- Pra você também.

Fecho a janela enquanto uma manga despenca da mangueira. Vou dormir, mas ficam acordados os morcegos e os motoristas das vans com suas buzinas engraçadinhas não.

Max Olivete
Enviado por Max Olivete em 18/10/2013
Código do texto: T4530325
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