Indiferença

Passo pelas ruas, no vai e vem de carros e pessoas. Tudo se confunde: rostos desconhecidos, máquinas iguais. Há em mim a angústia do transeunte solitário, perdido na movimentação do espaço urbano. Paro, sento e observo. Cada rosto traz no senho a sua angústia. Uns sorriem e conversam animados; outros, tão solitários, perdem-se em pensamentos; outros, ainda, são indiferentes a tudo. Indiferença, pior das mazelas humanas. Total alienação e falta de sentimento. De que serão feitas as pessoas indiferentes? Talvez de ferro. Talvez de nada...Usam máscaras diferentes com pessoas diferentes e pensam em nunca cair. Não importa o que os demais pensam ou sentem. São tão ensimesmadas que o ego lhes chega ao infinito, recobrindo num todo a essência que deveriam carregar. Milhões de anos estarão entre os mundos que reservam dor e sofrimento pelas diferenças gritantes, até que aprendam a amar verdadeiramente, pois só então começarão a ser humanizadas.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 16/09/2013
Reeditado em 20/09/2013
Código do texto: T4484154
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.