UM NOVO RUMO PARA A NOSSA POLÍTICA

A situação política do Brasil não está tão perdida, como pode parecer, mas nada se resolverá com passeatas, gritaria e quebra-quebra e atrevo-me a dizer que nem mesmo através do voto, pois a população é pouco esclarecida acerca de como avaliar corretamente discursos e candidatos, esses discursos são marcados pelos lugares-comuns, frases chavão recheadas de artificialismos exaltando ideais republicanos e metas perseguidas por toda população, mas sabemos que quando ascende ao poder a história muda completamente.

Os protestos deste ano foram significativos, é o que se pode fazer em uma república presidencialista, onde o detentor do mandato eletivo permanece no cargos, mesmo se sua administração for desastrosa.

Na minha opinião, governos deveriam ser como um namoro: Dura enquanto for bom para ambas as partes, quando esgotadas todas as tentativas de acerto, ele simplesmente deve ser dissolvido, essa proposta simples existe na prática com as monarquias parlamentaristas, onde há divisão da chefia de Estado e Chefia de Governo, este eleito pela maioria parlamentar, para administrar o país, permanece no cargo enquanto sua administração for satisfatória, ou enquanto mantiver o apoio da maioria parlamentar, enquanto que o chefe de Estado, um monarca, age como um mediador neutro, sem vínculos políticos, a fim de fiscalizar a execução das leis, e a concretização de obras e serviços de interesse nacional, capaz de, em caso extremo, dissolver o congresso e convocar novas eleições majoritarias, quando a estabilidade institucional for comprometida. Dessa forma governos ruins caem e governos bons permanecem, tudo à sombra da Constituição e dentro da legalidade. Tal modelo simples porém eficiente é o único remédio possível para frear os descasos e desmandos dos homens que exercem a condução do Estado, pois leis mais duras, e pressão popular acarretam decisões apressadas e baseadas no medo ou no oportunismo, esse sempre perigoso.

Se faz necessária nos dias de hoje a volta do Poder Moderador, único que foi capaz de garantir o interesse público e o funcionamento imaculado das Instituições nacionais.