Uma vida e a casa que não tinha número

A casa, não tinha número, mas, suas paredes firmes foram pelas mãos do amor erguidas, para acolher sonhos e preservar felicidade. Suas portas, de par em par,se abriam para a rua, para o mundo, deixando entrar, maviosos sons que se confundem com os emitidos por chocalhos, mugidos de gado e patas de cavalo, embalando um passado e presente sertanejos.

Por baixo do telhado, a madeira convertida em ripas e caibros, lembram colmeias de esperanças acumuladas, singelas testemunhas do amor e alegria que, se espalham pela casa, em meio as brincadeiras e risos de uma bela garota, quase adolescente... traços finos e delicados, olhos castanhos brilhantes, sonhando sonhos que vão longe... muito alem dessas serras, onde os ventos quentes do oeste, todo cair de tarde, se faz soprar sobre estas santas e secas terras.

Assim, a casa e ela a conviver na rotina e cumplicidade da vida.A jovem, de riso ingenuo e sorriso tímido, na casa, parece que ocupa todos os espaços. A menina-moça, crescia, voluntariosa, destemida, inteligente, um tanto tímida e muitos sonhos, longos sonhos,que venciam distancias, atravessando cidades, tomavam forma de cidade grande.

Hoje, apos idas e vindas, lutas e conquistas, ver-se, mulher feita E agora, não mais importam, os espinhos que lhes sangraram as mãos, enquanto, tenazmente corria atras dos sonhos. Hoje, volta a sua casa que não tinha número, sendo a vitoriosa mulher que é. Mas, ao mirar-se, no mesmo e antigo espelho, parece, que o tempo parou... E ela, a dona da casa que não tinha número, plena de belas recordações e suaves lembranças, sente-se a mesma menina, quase adolescente, de olhos castanhos brilhantes, determinada, perseverante e, timidamente, doce...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 12/08/2013
Reeditado em 09/02/2015
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