IMPONDERÁVEL MUNDO NOVO

Tá esquisito...Como se não bastasse a enxurrada de notícias sobre corrupção, crimes violentos e precariedade dos serviços públicos, as páginas policiais, este ano, nos apresentam também um festival de casos bizarros. Por exemplo: no mês passado um casal de belgas foi preso no aeroporto de Confins por contrabando de diamantes. Exames de raios X mostraram que as valiosíssimas pedras (mais de 100 gramas) estavam encapsuladas no reto da mulher. Não vamos esquecer que “diamonds are forever”, estejam onde estiverem...

O mesmo recurso já havia sido utilizado em fevereiro por um prisioneiro do Sri Lanka. Numa revista de rotina à cela do condenado o guarda ouviu o toque de um celular mas não viu o aparelho, que estava escondido nos fundilhos do infeliz (Que ouvido bom desse guarda, hem? Ou será que a “revista” era mais embaixo?)

Mas não é só. Num presídio da Paraíba, este mês, a mulher de um detento foi barrada porque levava nas “partes pudendas” (para lembrar a minha vó) um aparelho celular, dois carregadores de bateria e cinco chips. Isso mesmo. Uma verdadeira central telefônica (Alô, de onde fala? Aqui é do ponto G: Digite 1 para agendar uma visita; digite 2 para reclamação; digite 3 para entrar pela porta dos fundos...).

Daí já se pode imaginar o carregamento de iPad, iPhone e outros “ais” que entram nas prisões (quem sabe TV de 18 polegadas?) para divertir os detentos e permitir que eles se conectem com o mundo exterior, de todas as formas, como qualquer cidadão livre.

É isso aí...Novos tempos, novas funções. A genitália e adjacências agora são utilizadas como meio de transporte. E se levam para dentro das grades também podem levar para fora. Ainda neste mês de julho a polícia maranhense deparou com a escavação de um túnel no presídio de Pedrinhas, mas não sabe onde foi parar a terra dele retirada. Quem sabe?...

A verdade é que tudo isso pode acabar com o romantismo. Daqui pra frente será outro o cenário do primeiro encontro. Em vez de flores, o namorado levará um detector de metais para inspecionar a região conflituosa depois dos afagos preliminares. Se apitar, “cessa tudo que a musa antiga canta”, porque a namorada poderá ter esquecido lá dentro, por exemplo, um carregador ou uma bateria capaz de provocar um choque de dez mil volts na hora H.

Eu também acabei prejudicado com essa história. Ou melhor, o prejuízo foi da minha amada, que ia ganhar um anel de diamantes no dia do seu aniversário. Não vai mais. Ultimamente não me atrevo a entrar numa joalheria, alvo de constantes assaltos (outra moda recente) e, mais do que isso, não me arrisco a comprar uma joia que poderia ter sido transportada na “bagagem” daquela mulher belga. Lembra?