A ROTINA

Na novela, o mocinho sonhador e sem paragens propõe à mocinha rica, cuja vida é regulada e segura: "Venha comigo, e eu te darei o mundo!" E os dois partem numa longa viagem sem destino, dormindo sob as estrelas e caminhando sob o sol. Quando o dinheiro acaba, eles vendem bijuterias para comer e pedem carona para continuar viajando. Mas após algum tempo vivendo dessa forma totalmente livre, num amor sem fronteiras, a mocinha começa a cansar-se. Sente falta de sua rotina. Quer ter um travesseiro familiar onde descansar sua cabeça. Daí, o relacionamento começa a deteriorar-se, pois ele não consegue adaptar-se à vida que ela quer. A rotina dele, é não ter qualquer rotina. E ele nem percebe que isto também é uma rotina!


Separam-se, e anos depois, ele volta a procurá-la. Dentro de sua rotina, ela cresceu: estudou, tornou-se médica. E ele, continua o mesmo viajante sonhador sem fronteiras. Eles tentam uma reaproximação, mas ela descobre que não há mais nada entre eles. Ele quer levá-la novamente para o seu mundo imprevisível, mas em conversa com uma amiga, ela desabafa: "Ele não cresceu. Continua levando a mesma vidinha de sempre, não evoluiu!"


Para ela, evoluir é ter uma rotina, é encontrar um lugar onde deitar a cabeça.


Eu penso como ela.


Enquanto muitas pessoas ressentem-se de sua rotina, dou graças pela minha. Acho que ter uma rotina ajuda-nos a definir quem somos dentro do contexto social.  Fazer todos os dias as mesmas coisas pode ser estimulante, desde que elas sejam feitas de formas diferentes; novas flores no mesmo vaso, ou um novo vaso para as mesmas flores;  um caminho diferente para chegar ao trabalho, uma nova cor nas paredes, pedir um prato diferente no restaurante, cozinhar a própria comida testando novas receitas. Tudo porde ser estimulante, até mesmo - e principalmente - a rotina. Basta ser criativo.


Adoro sentir-me dentro de minha própria casa. Amo percorrer os cômodos já tão conhecidos e encontrar novas formas de dispor os objetos, fazendo com que os olhos enxerguem sempre algo diferente; nem que seja apenas um pequeno detalhe. Às vezes, eu guardo alguma coisa que já estou usando há muito tempo, e substituo por outra que estava guardada há algum tempo. É como se aquilo fosse novo. 


Noutras vezes, eu doo meus objetos antigos, substituindo-os por novos. Aqui, o fluxo é sempre constante. Gosto de ter uma rotina, mas longe da monotonia.


E quando vem as férias, é que devemos quebrar esta rotina; fazer coisas novas. Ver lugares diferentes. Fotografar novas paisagens, para levá-las de lembrança.


Mas a rotina, para mim, faz parte de minha essência, e eu não gostaria de viver sem ela. 




Sobre Bob Marley e sua rotina:

 

Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945 — Miami, 11 de maio de 1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos.1 A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafári e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto de suas músicas, por tratar-se da terra sagrada do movimento rastafári.
Hoje pode ser considerado o primeiro e maior astro musical do Terceiro Mundo e a maior voz deste. Suas músicas mais conhecidas são " I Shot the Sheriff "," No Woman, No Cry"," Could You Be Loved "," Stir It Up "," Get Up, Stand Up "," Jamming "," Redemption Song "," One Love/People Get Ready "e," Three Little Birds ", e tambem lançamentos póstumos como " Buffalo Soldier "e" Iron Lion Zion ". A coletânea Legend, lançada três anos após sua morte e que reúne algumas músicas de álbuns do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história. Bob foi casado com Rita Marley de 1966 até a morte, uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Kymani Marley, Julian Marley e Damian Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiram carreira musical. Foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.2
Em 1976, ano de eleições parlamentares na Jamaica, a ilha vivia um de seus períodos mais sangrentos da história. Havia, praticamente, uma guerra civil entre jovens militantes que defendiam partidos distintos. Bob Marley quis dar um show gratuito pela paz e pela união da juventude. O então primeiro-ministro, líder do partido PNP, Michael Manley, apoiou e deu força à ideia do concerto pela paz, para supostamente apaziguar as tensões antes das eleições, marcadas para dali uns dias. Dois dias antes do show, porém, a casa de Bob Marley na Hope Road Avenue foi invadida por um grupo de pistoleiros defensores do candidato opositor a Michael Manley, que adentrou a sala onde Marley estava ensaiando, e disparou tiros em todas as direções, com o intuito de matá-lo. Miraculosamente, ninguém foi morto no ataque noturno. Don Taylor, empresário de Marley, estava se aproximando dele no exato momento em que os homens começaram a disparar, levando vários tiros e tendo, como legado deste fato, uma vida sobre a cadeira de rodas. Rita Marley levou um tiro de raspão na cabeça. O projétil ficou alojado em seu couro cabeludo. Marley recebeu um tiro que raspou seu peito logo abaixo do coração e penetrou profundamente em seu braço esquerdo. O caso de Marley foi o menos grave entre os atingidos, sendo o primeiro a sair do hospital. No dia 5 de Dezembro, Bob, depois de muitos alertas, resolveu subir ao palco do festival mesmo baleado. Ainda com os curativos, Marley se apresentou no concerto "Smile Jamaica", pela paz, e depois mostrou para o público seus ferimentos. Nesta ocasião, ao ser questionado sobre o fato de comparecer ao show mesmo baleado, o músico disse uma de suas mais conhecidas frases: "As pessoas que fazem de tudo para piorar o mundo não descansam. Por que eu, que quero melhorar, tenho que descansar?"


 

Diagnóstico
Após a turnê européia, com uma vasta agenda marcada, Bob Marley e a banda partiram para os Estados Unidos, quando fizeram dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, Bob passou mal no palco e começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob, embora com problemas de saúde, chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, no dia 23 de setembro de 1980 (último show de Bob Marley), mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que o astro do Reggae estava com câncer. A doença teria sido decorrente de um ferimento infeccionado no dedão do pé, que ele teria sofrido em 1977, durante uma partida de futebol em Londres. A ferida, quando feita, não havia cicatrizado, e sua unha posteriormente havia caído; foi então que o diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos aconselharam-no a amputar o dedo, porém Marley recusou-se a fazê-lo devido à sua filosofia rastafári, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar (motivo pelos quais os rastas deixam crescer a barba e os dreadlocks). Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge.

Colapso e tratamento
O câncer espalhou-se para seu cérebro, pulmão e estômago. Ele lutou contra a doença durante oito meses buscando tratamento na clínica do Dr. Joseph Issels na Alemanha, no final de 1980 e início de 1981. Durante algum tempo, o estado de Marley parecia ter se estabilizado com o tratamento naturalista do doutor alemão.
Morte.

Em maio de 1981, quando o Dr. Joseph Issels anuncia que nada mais poderia ser feito, Bob Marley já abatido pela doença, resolveu retornar para sua casa na Jamaica para passar seus últimos dias junto à família e amigos. Ele não conseguiu completar a viagem, tendo que ser internado em um hospital de Miami. Sua mãe segurava sua mão aos prantos enquanto Marley a consolava pedindo que secasse as lágrimas. (Mãezinha não chora. Vou na frente pra preparar um lugar.) Faleceu pouco antes do meio-dia de 11 de maio de 1981. Menos de 40 horas depois de deixar a Alemanha.


Fonte: Wikipedia
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 09/07/2013
Reeditado em 14/02/2018
Código do texto: T4378721
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