CARTAS (embaralhado)

Com tantas cartas na mesa, embaralhadas, era difícil escolher (uma).

Ela, a carta, embaralhada, cada uma tinha a sua complexidade, própria dela.

Cada uma, se distanciando, tinha um enigma que somente uma escolha certa poderia resolver, poderia revolver o passado e este presente contagiaria o futuro, bastava acertar a carta, minha escolha?

Era esta a mensagem, a carta certa?

E mesmo sabendo que a carta era apenas uma, cada uma com sua vestimenta própria, não resisti e peguei a mais insinuante do baralho, e eram tantas as escolhas.

Seria eu um curinga, embaralhado, sem nem uma idéia estampada no meu corpo? Uma carta fora do baralho? Já?

Este jogo de cartas é um vício mesmo!

Mesmo sabendo que não existem mensagens, não entendendo nada das cartas, continuo jogando.

As cartas flutuam sobre a mesa, como escolher (uma)?

Escolhas erradas balançam a estrutura do jogo e do jogador, embaralhados pelo tempo, não tem final?

Agora sei.

Nada, nem as cartas, me salvará neste jogo de mensagens, uma a uma, tenho que escolher, embaralhado.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 07/06/2013
Reeditado em 07/06/2013
Código do texto: T4330024
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