Primeiros Raios de Mulher

Sinto falta das manhãs frias com chocolate quente, dos abraços fortuitos, espontâneos repletos de risos em uma guerra de travesseiros. Como esquecer do colinho da mamãe, lugar aconchegante no qual sentia-me protegida. Da escola, amigos e mestres que me moldaram e participaram do que hoje sou. Local mágico onde aprendi a dividir sonhos, somar alegrias e diminuir tristezas.

Sinto falta dos programas vespertinos de TV que me embalaram no mundo do faz de conta e hoje só existem em um cantinho especial da minha memória.

Sinto falta da rua da minha infância, companheira no sol e na chuva, nas noites estreladas e nas manhãs frias de inverno. Com um giz era possível ser feliz riscando uma simples amarelinha. Ah, minha rua! Palco para o pião rodopiante, para as brincadeiras de queimada, carrinhos de rolimã e tantas outras brincadeiras.

Tempo bom! Em que minha única preocupação era cuidar dos meus brinquedos.

Um novo mundo se descortina e por entre os dedos as brincadeiras da infância vão se indo e dando lugar para os primeiros raios de mulher...

Leila Bomfim
Enviado por Leila Bomfim em 03/06/2013
Código do texto: T4324089
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