Coisas gostosas de lembrar

Como esquecer aquela rua onde passamos a maior parte da nossa infância.Tempo bão onde vivíamos entre bolinhas de gude, carrinho de rolimã, corda, bonecas e gibis. Como eu adorava viajar pelas páginas do almanaque da Mônica, Luluzinha, Tio Patinhas e Pato Donald. Eram pilhas de gibis próximas à minha cama. Os mais velhos cuidavam dos mais novos e eram eles que nos auxiliavam a construir os nossos brinquedos. Eram engenhosos fogõezinhos feitos com lata de leite Ninho, utensílios domésticos de embalagens de xampu e tantos outros objetos que se transformavam e tornavam aqueles momentos mágicos. Que delícia lembrar de tudo isso! Ah! E as bonecas que andavam sempre bem vestidas com roupinhas de crochê que nós criávamos. Sou de uma época na qual as crianças fabricavam os seus próprios brinquedos e eles costumavam durar muito porque nós não ganhávamos outros com facilidade, então o jeito era cuidar muito bem do tínhamos.

Que diferença dos dias atuais, onde as crianças já ganham tudo pronto e brincadeiras que outrora eram coletivas e estimulavam as crianças a pensar, dividir, armar estratégias, dão lugar a jogos eletrônicos solitários.

Notei nesta foto que algumas crianças parecem estar usando uniforme da escola. Nós também só queríamos brincar e ser felizes! Chegávamos da escola correndo e íamos direto para a rua Os meninos se preocupavam com o design dos carrinhos de rolimã, desciam a rua a mil por hora sem se preocupar com carros ou qualquer outra coisa. Naquela época não tinha tanto carro assim. Quem tinha carro era considerado bem de vida. E as pipas? Nós fazíamos nossas pipas,desde as varetas com bambu ao acabamento final. Elas cintilavam o céu e era um corta daqui um relo dali e um corre corre quando alguém cortava a linha e a pipa passeava pelo céu sem rumo, até cair nas mãos de um mais afortunado. Quando chegava o final da tarde todas as crianças saíam para rua. Era uma verdadeira algazarra. Campeonato de pular corda, estrela cela nova, queimada e pião. Lembro-me bem que o meus dedões do pé e os meus joelho viviam esfolados, mas isso era o de menos a minha alma estava leve e feliz e isso bastava. A minha diversão só terminava quando o meu irmão mais velho vinha e dizia a fatídica frase:"Entra agora!". Aí então entre lágrimas, eu obedecia calada.

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Leila Bomfim
Enviado por Leila Bomfim em 01/06/2013
Reeditado em 02/06/2013
Código do texto: T4320523
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