Frágeis Brinquedos
Crianças brincavam à beira da calçada, e a três passos estava à estrada que tremia com o passar dos carros, ônibus, caminhões... Pedestres e ou mesmo bicicletantes não se atreviam, nunca se aventuraram por entre as buzinas vorazes, ferozes, mortas de desejos por sangue nos para-brisas. E aconteceu, a desgraça!
Num átimo de segundo, o menininho que montava um velocípede descontrolou-se e entrou no caos da estrada, alimentando a esperança dos automóveis de alimentarem as estatísticas. Tive que fazer uma prece aos céus, apelar pela misericórdia do pai celeste, mas, não tive ânimo para dobrar os joelhos e apenas cobri o rosto com as mãos, espreitando por entre os dedos e agonizando em desespero.
No meio da prece fiquei admirado, o pai do coitado, estava sentado numa cadeira de balanços observando a desventura do filho. Não se levantou tarde, não se levantou nunca... E os automóveis, as estatísticas se banquetearam.