Frágeis Brinquedos

Crianças brincavam à beira da calçada, e a três passos estava à estrada que tremia com o passar dos carros, ônibus, caminhões... Pedestres e ou mesmo bicicletantes não se atreviam, nunca se aventuraram por entre as buzinas vorazes, ferozes, mortas de desejos por sangue nos para-brisas. E aconteceu, a desgraça!

Num átimo de segundo, o menininho que montava um velocípede descontrolou-se e entrou no caos da estrada, alimentando a esperança dos automóveis de alimentarem as estatísticas. Tive que fazer uma prece aos céus, apelar pela misericórdia do pai celeste, mas, não tive ânimo para dobrar os joelhos e apenas cobri o rosto com as mãos, espreitando por entre os dedos e agonizando em desespero.

No meio da prece fiquei admirado, o pai do coitado, estava sentado numa cadeira de balanços observando a desventura do filho. Não se levantou tarde, não se levantou nunca... E os automóveis, as estatísticas se banquetearam.

Héryton Machado Barbosa
Enviado por Héryton Machado Barbosa em 31/05/2013
Código do texto: T4319395
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