PONTO FRACO

Hoje coloquei dois pedacinhos de esparadrapo nos dedos das mãos. Dois dedos com pequenas rachaduras nas pontas. Dói, incomoda, mas o esparadrapo ajuda. Com esse simples curativo, no dia seguinte já começa a sarar, em dois dias fecha-se a rachadura. Ainda bem que o esparadrapo não sai com a água. O problema é que, sarando uma tal ferida, não vai muito e o mesmo acontece com outros dedos. É o frio que faz isso, o inverno chegando.

No inverno é este o meu ponto fraco. Como trabalho muito com as mãos, sempre pegando em ferramentas, até mesmo em horas frias, os dedos racham nas pontas, no lado das unhas. Não tem jeito, tenho que botar esparadrapo. Deixar de trabalhar por causa de uma dorzinha, nem pensar. A gente aguenta e vai em frente.

No verão não tenho isso. No verão o problema é o sol. Não suporto sol forte, daí que só trabalho em local coberto. É outro ponto fraco. Na sombra, com alguma bebida gelada, também se produz muita coisa útil.

E as costas às vezes também doem, é um sofrimento. Mas tenho aprendido a lidar com esse tipo de dor. Exercícios físicos corretos é que é o melhor remédio.

Não dá para querer ser forte o tempo todo. De repente sopra um vento que te derruba. Mas você tem força para colocar-se de novo em pé. Ninguém quer ser derrotado.

E alguém vai pensar que o homem que tem pontos fracos é um fraco? Acho que não, penso que temos forças que superam nossas fraquezas. Meus pontos fracos me ensinaram algo, me deram força para enfrentá-los. Por isso me sinto forte, pelo menos dentro de meus limites.

Esparadrapo aqui, outro ali, vou aguentando e indo em frente, sem desejar que teus dedos também rachem.

Mas pobre do homem que não tem nenhum ponto fraco.

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 15/04/2013
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