Como me tornei uma santista fanática
Nunca fui torcedora fanática, pois meu lema sempre
foi: “tudo que é em excesso faz mal”, exceto cerveja, que só
faz mal no dia seguinte, mas o amanhã ninguém conhece,
então...
E sou santista, de nascimento, e já gostava do time,
mas...
Voltando ao assunto, graças a Deus, a gente muda com
o passar do tempo. Muita coisa que era sagrada, hoje, não
faz tanta falta assim.
Como ia dizendo, eu trabalho em uma empresa machista,
e qual não é, e toda segunda-feira é batata: fica aquela
rodinha, todos querendo falar do seu time ao mesmo tempo,
tipo aqueles programas de final de domingão mesmo,
cartão verde, mesa redonda.
Eu de-tes-ta-va aquilo. Chegava uma hora que ninguém
se entendia mais. Era uma loucura.
Pois então, de tanto detestar, acabei me interessando,
pois se aquele era o assunto mesmo, não iria mudar, falar de
cinema, moda, sei lá o quê. Comecei a participar, meia sem
jeito né, mais escutando do que falando, mas fui.
Isso foi em 1995. Ah, que saudades daquele time. Giovani,
Jameli, Galo etc. Por falar neles, onde andaram não?!
Era aquela coisa maravilhosa! Ainda mais depois de ver o
Giovani ao vivo e em cores, e que cor, na praia. Ele passou
do meu ladinho. Ai, ai.
Eis que meu time vai para a semi-final com o Fluzão.
Que jogo não! Inesquecível! Que virada! Fiquei rouca
3 dias de tanto gritar, mas valeu!!!
Aquele jogo valeu pelo título, que não veio, infelizmente.
Fogão, quem diria! Foi triste.
Mas, de 95 para cá, sou fã número 1, torcedora fanática,
assisto todos os jogos. Quando não dá para ver, escuto
no radinho de pilha mesmo.
Meu ex-marido, que é porco, digo, palmeirense, dá risadas.
Diz que quem deveria ser técnico do Santos era eu.
É... quem sabe um dia. O amanhã ninguém conhece,
não é?