ACONTECEM...!

ACONTECEM...!

O cronista tem como principal qualidade, a observação do cotidiano. Nada, ou quase nada, lhe passa despercebido. Os fatos vão se sucedendo, e ele vai captando com a maior naturalidade. Não há necessidade de maiores esforços.

Eis alguns!

Estava eu, tranquilamente, dirigindo minha Livina, eis que me deparo com um carro em minha frente, portando um desses decalques com os dizeres: Deus criou a vida, para que cada um cuide da sua.

Há certas pessoas que não têm a mínima noção de antipatia. Frase de uma grosseria sem tamanho. Outro, colocou em seu automóvel, a frase, essa já um pouco agressiva, e até ofensiva, I’m surrounded by idiots. Para os que não têm afinidade com o inglês, “sou rodeado por idiotas”. Nessa mesma linha, não suporto a existência, em casas comerciais, daquelas mensagens tais como, não dê palpites, sei errar sozinho, ou, não vendo fiado. Quando entro num desses estabelecimentos, já o faço com os “pés atrás”.

Dia desses estive numa consulta médica com um vascular. Aliás, uma doutora, de nome sopinha de letras, dada a sua origem polonesa. Duas consultas. Na primeira, após os exames necessários nas pernas e tornozelos, que apresentavam inchaços, solicitou-me que fizesse exames de ultra-som dos membros inferiores e das veias, e receitou-me um remédio fitoterápico, cujo nome nem me recordo. Esse remédio possui um cheiro muito forte, desagradável. Na segunda, após uma semana, já com os exames prontos, a doutora me fez as perguntas tradicionais, de como estava me sentindo, e aí comentei sobre o fitoterápico, dizendo que ele era muito fedorento. Foi uma explosão de riso da parte dela, que acabei aderindo.

- Nunca um cliente comentou comigo, ser um remédio fedorento!

No prédio onde resido, nesta semana houve vazamento de gás, em um lugar não identificado. Por esse motivo, foi necessário o corte de fornecimento aos apartamentos. Era urgente uma vistoria pormenorizada, visando a localização do problema. Após alguns dias, comentando o fato com meu estimado amigo Pedro Cia, logo ele perguntou:

- Como vocês estão fazendo sem tomar banho?

- Em minha casa tomamos banho com chuveiro elétrico, respondi.

Ficou ele surpreso com o fato. Então, contou-me que, na Itália, aonde ele vai anualmente, inclusive tendo propriedade em Pietrasanta (Toscana), o costume é completamente diferente. Lá, o comum é o uso de aquecimento a gás. Tanto assim que, quando alguns parentes dele aqui estiveram, foi difícil incutir na cabeça de cada um, o uso do chuveiro elétrico, pois, tinham “paura” de ser eletrocutados.

Nem sempre o que é bom aqui, é bom em todos os lugares.

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 28/03/2013
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