Pra você escutar!

Presta atenção numa coisa, mas presta mesmo! Não quero falar até secar a boca pra semana que vem você fazer tudo de novo.

O negócio é o seguinte: Eu não deixei pra lá! Não aceitei, muito menos entendi. O que fiz foi me conformar e não acredito que se conformar com uma coisa seja muito bom. Se conformar, pra mim, é o mesmo que deixar um pedaço de qualquer coisa de molho, é o mesmo que desistir. E, olha, não tem nada mais triste do que alguém desistir de nós. E não tem nada mais triste também do que esperar pelo telefonema de alguém, pela chegada de alguém, pelo abraço de alguém e nada disso acontecer.

Não gosto quando palavras se juntam ao vento e vão embora. Não gosto quando acordos adormecem, ou se perdem num espaço que separa um olhar ou um abraço do real.

Caramba! Entende, pô! Entende pelo menos um tiquinho. Não te peço pra mudar, te peço pra me ouvir! E parar de fazer festa à fantasia com o que eu te peço, com o que eu te digo.

Deixe que as palavras tomem seu próprio rumo. E deixe que o vento leve embora aquilo que em nada te acrescentar.

Não quero mais me conformar com o telefone mudo nas mãos, com seu lado da cama vazio, com seu sorriso há quinhentos quilômetros de distância.

Quero me conformar com sua presença, com nossa festa diária, com seu abraço suave e quente, com seu olhar que me sorri feito melodia boa.

Não deixe que o vento leve tanta coisa embora assim, afinal: nem tudo ele traz de volta.

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 26/03/2013
Reeditado em 27/03/2013
Código do texto: T4209249
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