Não é necessário ser um "Poço de Falsidades" para ser bem sucedido na vida.

Convivo diariamente com pessoas que, não dificilmente, observo-as puxando o saco, bajulando algumas outras criaturas pelo simples fato daquelas exercerem posições mais altas, deterem generoso holerites ou serem empresários bem sucedidos na sociedade.

Desde minha juventude, aprendi a me sobressair apenas com meus atributos de competência, comprometimento e lealdade para com as atribuições que me vi habilitada a executar e não pelo bajulamento e puxassaquismo.

Hoje, já madura e mais convicta da minha escolha e estilo de vida, confesso que foi muito prudente agir assim, pois atualmente minha consciência não pode lançar em meu rosto que em dado momento fui uma insegura, uma mulher sem personalidade ou alguém sem caráter.

Consegui e ainda consigo galgar algumas posições, estabelecer-me em ofícios interessantes, competir até com os puxassacos de plantão, mas o que leva-me a determinadas conquistas é apenas meu talento, competência e compromisso. Nada mais.

Não preciso ser um poço de falsidades para poder dar-me bem e ser bem sucedida na trajetória desta vida.

Respeito qualquer pessoa, assim como exijo, (isto mesmo: exijo) que me respeitem. Não bajulo ninguém. Pode ser até um semi-deus! Não combina comigo. Não submeto-me a tal prática.

Não chego a ser arredia e indiferente. Longe de mim. Educação é tudo!Mas coloco-me numa posição de igualdade e esqueço as patentes alheias, exigindo que honrem-me na mesma proporção com que são honrados por mim.

Observadora da Bíblia que sou, a mesma nos orienta que devemos respeitar as autoridades terrenas. Respeitar é uma característica minha, mas bajular, nunca! Jamais!

Tive dois filhos e criei (por alguns anos) mais dois. Nem meus filhos, bajulei! Acalentei-os, contei histórias da vida, mimei-os dentro da normalidade, mas anular-me em função deles, nunca!

No entanto, percebo que há pessoas que gostam da adulação, amam ser bajuladas, aduladas por outras.

Observadora e crítica que sou, constato que os aduladores são pessoas inseguras e que dependem da aprovação de outrem para serem felizes e aceitas. Enquanto que o bajulado, adulado, é um vaidoso, que gosta de 'brincar' com as pessoas, fazendo-as ficarem aos seus pés.

Os aduladores tornam-se marionetes nas mãos dos bajulados.

Uma lástima!

O adulado sente-se seguro sabendo que há inúmeras pessoas que o mimam, não discordam nem o contrariam sob nenhuma hipótese e isto massageia seu ego inflado, inseguro, neurótico, doente e vazio.

O adulado não têm amigos, mas interessados.

Não têm parceiros, mas granjeadores de negócios.

Não têm ombros amigos para reclinar a cabeça, mas espinhos cortantes que, num vacilo, lhes espetam.

O adulado esquece-se que um dia, a velhice chegará, os 'amigos' o abandonarão, haverá necessidade de empanturrar-se de remédios para isto e para aquilo outro. Outras pessoas darão ou não seguimento aos seus impérios, seus vencimentos, e, na gélida cama de um confortável lar, restarão os anônimos que sempre estiveram ao seu lado, porém nunca foram valorizados nem observados, pois não se inclinaram a bajulá-lo quando aquele estava em pleno ápice do poder.

O verdadeiro amigo, diz a verdade e não se importa se ofendeu ou nao a vaidade do seu parceiro. É que a intimidade que desfrutam traz esta

segurança.

Este proceder é louvável. É digno de ser aplaudido. Nunca o inverso.

Pena que o vaidoso não tem amigos!

Acredito e prezo em meus anseios mais íntimos, que o caráter das pessoas seja alicerçado numa base sólida, firmada sob a autoestima, a sinceridade e a lealdade.

Só assim, acredito eu, poderemos conviver de forma harmônica, não fútil, plena e muito sincera.

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 12/01/2013
Reeditado em 12/01/2013
Código do texto: T4080841
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