Sobre a solidão
Já escrevi muitas crônicas e poesias sobre a solidão.
O tema sempre me instigou bastante.
Ontem, conversando com uma grande amiga, com quem tenho muita empatia, pude pensar a solidão de forma mais clara.
Sinto-me só.
E continuo pensando que essa solidão é condição humana.
Todos nos sentimos.
Todos somos.
Mas, o que é sentir-me só afinal?
Não me sinto compreendida quando converso com pessoas com os quais convivo ao abordar o tema.
Entendem como cobrança de presença física, incoerência na colocação dos meus valores (moro sozinha e gosto muito disso).
Pensei então: quem sabe agora posso me fazer entender?
Costumo colocar que me sinto ressentida pela distância de algumas pessoas por mim muito queridas.
Elas, naturalmente, não aceitam minha colocação e tornam-se até agressivas na linguagem ao falarem sobre meus questionamentos.
Sentem-se cobradas na presença física, assim percebo.
Na realidade o que gostaria de dizer é que: preciso me sentir cuidada.
Acho que nunca fui.
Sou mulher forte dizem...
Por outro lado, agrada-me muito quando as pessoas queridas me permitem participar efetivamente das suas vidas.
Quando não o fazem sinto-me excluída, e, portanto, só.
Afasto-me ressentida quase sempre quando acontece.
Preciso me sentir amada.
Quero pequenos atos de carinho, preocupação com meus momentos mais íntimos,necessito de cuidados.
Um telefonema perguntando como foi a visita ao médico, se meu cãozinho que adoeceu está melhor, um comentário aos meus escritos, uma visita à minha página no recanto sem que eu recomende.
Pequenas atitudes, essas e outras, não me deixariam só.
Não é presença física!
As pessoas pensam que casa cheia, visitas regulares não me deixariam só.
Que falta de empatia comigo!
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Releio o que escrevo e não me convenço que fui clara o suficiente.
Não faz mal.
Postarei.
Quem sabe consigo alguma empatia desta vez?