Meditação matinal

Sentado à beira do rio, o único barulho que ouvia era o da água escorrendo sobre as pedras que davam forma ao caminho da densa floresta. Feericamente iluminada pelos primeiros raios do sol que acordava, a mata virgem tornava-se cada vez mais transparente com suas sombras sobrepostas umas as outras. De repente, um breve e suave pio ecoou contrastando com o som da água a correr, era a cotovia que iniciava sua jornada para alimentar os filhotes famintos. A Natureza é o Todo. Sentiu-se parte integrante do Todo. Era hora de buscar uma confiança além da temporal. Algo que viesse de dentro de si mesmo, que fosse seu Mestre, que afastasse aqueles diálogos mentais que surgiam do nada e se conectavam sem nenhum propósitos. Precisava silenciar-se. Sentado naquela pedra à beira dágua iniciou sua meditação matinal, tentando desligar-se dos problemas que insistiam em controlar sua mente. Aos poucos ia sendo tomado por sensações de leveza íntima, percebia que sua auto-imagem não tinha nada a ver com a prisão dualista que sua mente projetava. Sem precisar perguntar o "o que é isso? ou quem sou? Sentiu-se Eterno.

Raio Eterno
Enviado por Raio Eterno em 09/01/2013
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