AS CRUZES DA ESTRADA



Sempre me impressionei com essas cruzes que ficam a beira da estrada. Elas nos fazem pensar na vida e dirigir ao mesmo tempo (É bem melhor quando somos passageiros). O motorista que tiver com sono, logo desperta ao ver uma cruz; talvez este seja o principal efeito que ela cause. Existem cruzes de várias formas; umas pequenas, outras médias; cruz muito grande nunca vi. Não convém cruz grande em beira de estrada; pode ser perigoso.

Observo que a maioria das cruzes têm a data de nascimento e de morte de alguém, além do nome da vítima de trânsito. Vi poucas com fotos e flores. Há familiares que fazem um pequeno oratório, rezam com saudade no local do fato; retornam sempre em datas que fazem lembrar a vítima. A cruz simboliza que ali foi o fim de alguém que, por erro próprio ou de outrem, teve sua vida ceifada em plena estrada.

A grande maioria dessas cruzes estão às margens de curvas, locais mais comuns de acidentes. Certa vez, seguindo rumo a uma curva, vejo várias cruzes( Deus que me livre! Quase parei o carro e segui o percurso a pé. Que curva perigosa!). Realmente é de assustar. Impressionante como tem motorista que insiste em ultrapassar em curvas. E a alta velocidade? Piorou!

Quando pararmos de ver cruzes na beira de estradas significará duas coisas: ou reduziram o número de acidentes ou os familiares desapegaram-se com a tradição de colocar cruzes em homenagem às vítimas. No primeiro caso é excelente; significa que os motoristas estão mais prudentes e que o Estado melhorou em fiscalizar as estradas e aplicar as leis de trânsito. No segundo caso é triste; significa que a morte na estrada virou coisa comum e que a relação familiar com a vítima era pouco afetiva.

Por enquanto há muitas cruzes na estrada, a maioria delas estão há muito tempo alertando quem passar por elas.

Cruzes velhas!



Autor: Diego Magalhães