Encalhada? santa ignorância...


Dois mil anos se passaram e o ser humano ainda continua prisioneiro de hábitos perniciosos e costumes antiquados. Matam com requintes animalescos; estupram crianças; queimam um ser vivo; jogam uma criança pela janela ou um bebê em um fosso qualquer.

As casas “suspeitas” continuam a existir; o “lupanar” também, agora com outros endereços: grandes prédios sofisticados, conversas na NET.MSN, Skipe, Voix, Web Cam, e talvez outros que não conheço.

Ainda se apedrejam mulheres; ainda se cobrem os rostos; ainda há homens que se casam legalmente com quantas mulheres quiser; Nada contra costumes de outros países. Nós temos os nossos e é deles que escrevo..  

Muitas vezes leio uma manchete na banca de jornais, ou interesso-me pelo título de um artigo ou reportagem e quando movimento o braço para alcançar o exemplar, paro no meio do caminho e penso: afinal de contas vou ler isto para quê? Não existe museus de pensamentos, nem exposição de desejos reprimidos; então o que resta? Fotos, gravações, filminhos na NET, notícias nas redes sociais  e outras formas mais indignas (não indígenas-antes fosse) de atirar pedras e setas.

A maioria dos casos (inclusive nesta crônica) é dirigida às mulheres. Por que será? Talvez porque elas ainda não saibam o que é ser Mulher, simplesmente. Pensam que determinadas iniciativas lhes confere o título de Mulher Maravilha. Que nada! Mulher Maravilha é a mulher que respeita e é respeitada; a que ama e é amada.

Recentemente ouvi uma conversa mista de homens e mulheres no intervalo de um seminário que participei. Falavam de “barricão” (imaginem!) e “encalhamento”(essa é de doer!). Os mais velhos sabiam o significado do primeiro verbete. Os outros ficaram sabendo, mas conheciam a tradução de “encalhada”.A vítima? Ambos: o homem e a mulher.  E a conversa transcorria... “ ela está encalhada, escolheu demais...” outra pessoa acrescentava:  é, no barricão, como diz a minha tia. Todos sabem o que significam ambos os casos:  a mulher não tem um homem; não casou; passou da idade; ficou para titia...
(e tem idade fixa para ter um par?) Não sei, Sei que, com qualquer idade, se deixa o par como se esquece a toalha no varal. Por que as vítimas são ambos?  Ora... nem sempre a encalhada fica presa na lama, atolada em um mangue, ou sendo sugada por um rio sujo que transborda com a tempestade ou cuidando dos sobrinhos. Ela pode estar completamente encalhada ou completamente “enrolada” e mesmo assim,pensa-se segura e feliz.Não está presa, mas anda sempre esquivando-se de um marido que talvez não a suporte mais ou esteja interessado em outra.E o que ela faz? Trai com o primeiro aparecido.
De qualquer forma, encalhou, se considerarmos a conversa edificante do grupo.

De situação semelhante não está livre o homem. Ficou solteiro, e daí? Não quer compromisso com mulher nenhuma; uma escolha. Talvez passou por sua vida uma que encalhou na ocorrência de ter sido abandonada ou de tê-lo traído por algum motivo que ele mesmo criou.Resultado: encalhado, sem saída, êle também. Não confia em ninguém.

Acorda gente! Já se foi o tempo em que as mulheres "encalhavam." Hoje homens e mulheres escolhem, escondem, mostram  ou calam.
Agora,só os navios encalham...