Bico pro mato, pois o jogo é de campeonato

Enquanto fazia esteira na academia, mudava os canais da TV. Só para constar, cada esteira dispõe de uma TV individual. Procurando por um jogo de futebol, me deparei com “Macaé x Paysandu”, pela série C do Campeonato Brasileiro. Logo pensei “Nossa, que pelada!”. Ao passo que o narrador mencionava os nomes dos jogadores das equipes, minha teoria só se confirmava, afinal, alcunhas como “Thiago Potiguar”, “Iago Pikachu”, “Kiros” e “Zambi” dificilmente apareceriam nas latinhas de Coca-Cola Zero.

Por que “Thiago Potiguar”? Na década de 90, era comum ver procedimentos do tipo, isto é, o gentílico (adjetivo pátrio, caso você, caro leitor, não saiba) logo após o primeiro nome do indivíduo. Assim, víamos Juninho Paulista e Juninho Pernambucano; Marcelinho Paulista, Marcelinho Carioca e Marcelinho Paraíba. Porém, no caso do jogador natural do Rio Grande do Norte, não havia qualquer outro homônimo (isto é, xará) no time. Desse modo, por que não manter apenas “Thiago”?! Seria uma estratégia do time para atrair torcedores do RN? Talvez seja uma tentativa da equipe de instruir o povo, visto que poucos sabem que potiguar é quem nasce no primo nordestino do Rio Grande do Sul.

Agora, vamos ao Iago Pikachu. Eu nunca vi um jogador de futebol chamado “Iago”. Acho que nem o google viu. Assim, bastaria chamar o atleta pelo seu próprio nome. No entanto, optou-se pelo eletrizante apelido “Pikachu”, o Pokémon preferido de Ash, do desenho animado japonês Pokemon. Caso a escolha desse apelido para Iago não seja uma tentativa de agradar a colônia japonesa no Brasil, eu não sei o que é.

“Kiros” e “Zambi”. Confesso que não me dei ao trabalho de verificar a grafia correta dos nomes desses dois indivíduos. Tudo bem que podem ser estrangeiros, mas não duvido que tais denominações sejam fruto da extrema criatividade do povo brasileiro na hora de batizar seus rebentos.

Ah, você quer saber como foi o jogo, certo? Já vi peladas no Aterro do Flamengo com maior nível técnico.