SACANAGEM DO DESTINO

SACANAGEM DO DESTINO

Muito tempo atrás, acho até que foi na antepenúltima vez que o cometa de Halley passou pela terra...

Sabem... aquele presidente daquela republiqueta tacanha; o tal, numa viagem inútil como todas que ele fez, naquele seu avião executivo, última geração, de quatrocentos milhões de reais; ficou com fome. Quem tem fome, mesmo que seja “fome zero” tem que satisfazê-la; e foi o que o homem tentou por em prática... Mas ao se deslocar da cabine presidencial, para a cantina sete estrelas, onde serviam os manjares dos deuses; por pura sacanagem do destino, se encontraram no meio do caminho (corredor), o presidente e o marimbondo. “O marimbondo” por que não é todo dia que um bichinho deste viaja na classe executiva no avião presidencial, quando muito voa pelas cercanias do aeroporto até ser atropelado ou devorado por outro bicho com asas.

Onde já se viu um marimbondo dentro de um avião? Fazer o quê? O inseto himenóptero, vespa ou marimbondo, como queiram, estava lá: de camarote. E o dito cujo era imponentemente azul da cintura para trás e preto para frente; de asas transparentes, patas amarelas e aptas para suas funções, as quais; não sei quais são! E nem interessar aqui vão...

Pois o presidente encontrou o marimbondo ou foi o marimbondo que encontrou o presidente; a ordem dos intestinos não faz dos toletes de fezes mais finos.

No que o humano viu o não-humano se desesperou:

- Ai minha nossa senhora! Um marimbondo aqui dentro do MEU avião! (letras maiúsculas para frisar de quem é o aparelho voador).

Deu meia volta ou foi volta e meia, o que ele é bem capaz de fazer, e saiu azedo na direção que seu nariz apontava, o que ele sempre fez e faz...

Pelo outro lado do encontro presidencial com o vespídio, este último, sorriu se é que aquele arreganhar de mandíbulas era um sorriso; e conjecturou lá com seus neurônios, o que ele tem mais, e mais eficientes do que o presidente:

- Um traseiro ao catupiry! Pelo veneno no meu ferrão! Não posso perder a oportunidade de ferrar um presidente!

O que caracterizamos como homem, aqui já estava todo cagado. No seu rastro só ficou a fedentina.

Por um milagre divino ou lógica da coisa (bunda mole é para se meter o ferro!) na primeira investida do marimbondo este acertou bem no alvo, aquele buraquinho no fundilho da calça do molusco.

No desespero, já dentro da cabine presidencial, onde todos os convidados o esperavam, o governante arrancou a calça e a cueca (ainda vazia de dinheiro), não se importando com a comitiva que o assistia, nesta inclusive alguns INlustres puxa-saco sul americanos: Ujo Tranka, ditador da Venezuela, Ivo Morais da Bolívia, Ruão Mané da Colômbia e Kristma Quixer da Argentina; e como não podia faltar Karlus Kedad’agua mandatário das finanças da republiqueta do Brasil.

Resumindo: entre ferrado e ferrantes o clima esquentou, por causa das risadas; e foi declarada a terceira guerra mundial, mas como nenhum deles sabe onde fica o mundo, só conhecem os próprios umbigos, ficou o dito pelo Benedito. E o molusco desceu no aeroporto de vira-copos e foi ovo acionado pelo povo que estava contentíssimo com a bolsa vazia... e o vespão, como não poderia deixar de fazer, fez conchavo com “o home”; hoje procura bundas macias para mandar-lhes o ferro... é o que merecemos?

ALEIXO (outubro/2012)

P. S. {Crônica escrita agora, mas devia ter sido escrita sete anos atrás}

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 06/11/2012
Código do texto: T3971440
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