ABAIXO A OBESIDADE INFANTIL

Ontem 20 de outubro de 2012 meus olhos vislumbraram com um documentário intitulado “MUITO ALÉM DO PESO”. Um longa metragem intrigante que ao mesmo tempo em que eu me orgulhava por minha filha Juliana Borges haver sido a produtora do mesmo, fiquei preocupada com o índice de crianças, já não digo de outros países, mas do Brasil, com o elevado indicador de peso.

Crianças em que o peso dera-lhes como alerta diabetes, colesterol alto e cansaço nas pernas. Sendo que uma das crianças entrevistadas informava que fora tomada por artrite e por trombose.

O filme destacava o alarmante índice de 15% de nossas crianças obesas e 33% com sobrepeso.

. A direção da produtora Maria Farinha que trabalhou por dois anos visitando crianças obesas de todas as regiões do nosso Brasil, elaborou com esmerado carinho e habilidade um documentário que podemos destaca-lo como intrigante e ousado, vez que a produtora não poupou grandes empresas de chocolates, leites, bolachas, sucos, refrigerantes e Fast Food. Chocolate com brinde surpresa, macarrão instantâneo e outros produtos que com responsabilidade e desenvoltura a diretora desse documentário em seu filme avisava ao público com entrevistas versos alimentação a atual saúde da criança.

Em alguns períodos o filme mostrava a graça da criança com a chamada birra por clamar pelo alimento em conserva que era dotado de alto índice de gordura recusando a mesma, com veemência o alimento natural e saudável.

E para minha surpresa, e creio a de todas as pessoas que lotaram o Cine, crianças entrevistadas de todas as classes não conheciam a batata dizendo tratar-se de cebola. E o interessante que era criança que consumia com gula as batatinhas de pacote. Abobrinha, berinjela e beterraba nenhum deles afirmaram conhecer.

Um garoto ao ver um pimentão dissera ser manga, outro não se lembrara de quando comera melão pela última vez.

O documentário avisava que em uma latinha de refrigerante havia sete saquinhos de açúcar de cinco gramas cada um. Sendo que consumida uma latinha ao dia por sete dias, a criança estaria ingerindo 259 gramas de açúcar semanal. Acrescentou que em um mês se servindo de uma latinha ao dia de refrigerante estaria a mesma criança ingerindo 1.110 Kg. de açúcar. E impactando a cena real o filme mostrava mães que substituíam o leite na mamadeira dos bebes por refrigerantes.

Sobre a salsicha o documentário mostrava minuciosa receita de que levaria entre: carne mecanicamente separadas de aves, frango e perú. Contendo na receita estômago; fécula de mandioca coração, fígado, carne bovina, alecrim, lactato de sódio, aromas naturais de fumaça, proteína de soja e corante entre outros.

Já sem me surpreender pude ver que em um saquinho de batatinhas fritas contém 77gramas de gordura o que dá para se fazer arroz, feijão e macarrão.

Acrescentando que um pacotinho de bolachas recheadas equivaleria no seu teor calórico a referência de oito pãezinhos franceses.

Uma psicoterapeuta relatara que um garoto por sugestão dos pais levava como merenda escolar frutas, sendo que o mesmo as comiam no banheiro vez que, tinha vergonha dos amigos que levavam bolachas, refrigerantes, achocolatados, chocolates e outros produtos que somente contribuíam para a obesidade infantil.

Alarmada pude ver nessa longa metragem que o Brasil é o maior consumidor de açúcar do mundo sendo que cada pessoa ingere 51 kg de açúcar e em um ano e 4 kg.ao mês.

Outro índice curioso é que fora levantado que em dez horas da programação de TV. 1077 programas são dirigidos às crianças como forma de sedução à ruína da saúde dos pequenos.

Disse um médico que o “sobrepeso” está relacionado às maiores pandemias atual vez que, a criança é tomada pela hipertensão, diabetes, doença renal vasculares, depressão, stress entre outros malefícios.

No filme, alegava uma pediatra que em seu consultório fora uma garotinha de nove anos que pesava 62Kg. E que os exames da mesma eram equivalentes aos exames de uma pessoa com mais de sessenta anos, vez que, a criança apresentava hipertensão, diabetes, colesterol alterado, ácido úrico e outros.

O longa destacava a mídia que inclusive oferecia brinquedos fosse à chocolates como em fast food. Contrapondo-se aos argumentos de médicos e nutricionistas um publicitário responsabilizava os pais pela alimentação dos filhos.

De minha parte como mãe e avó torno em 70% a responsabilidade sobre os pais. Pude observar que - em rara exceção- os pais das crianças obesas que foram entrevistados, eram obesos, por vezes o pai e por vezes a mãe. E por outras vezes ambos eram obesos. O que me levara a crer que os pais também compartilhavam da mesma alimentação. Ao contrário, tantas crianças entrevistadas terminantemente não conheciam legumes, hortaliças e frutas.

O filme mostrava que os pais eram desavisados e que os mesmos eram levados pela mídia que a meu ver tem duas caras, a do bem e a do mal. A do bem tem as características desse filme “Muito Além do Peso” e a do mal por interesse de cunho financeiro instiga a obesidade infantil.

Sou contra os mais velhos, ou digamos, os mais antigos como eu, dizerem:

- No meu tempo tudo era melhor, imaginem as crianças de hoje, os jovens não respeitam os pais, fazem tudo o que querem e se vestem como os seus ídolos, enfim, nem criancinhas são bem assistidas pelos pais no que tange educação e alimentação. Ao contrário, vejo os pais de hoje como os de antigamente que sempre se doaram aos filhos propiciando-lhes o de melhor. Contudo, os pais de hoje são privilegiados por grandes e arguciosas informações que cito como exemplo campanhas e campanhas sobre o aleitamento infantil. Vacinas culminando com a grande informação sobre o tratamento para com a criança. Crianças essas que hoje têm o privilégio de serem resguardadas pelo estatuto da criança. Porém, adianto que senti vontade de aplaudir no meio do filme momento em que mostrava o sedentarismo da criança que se ocupa de três horas e quinze minutos na escola e cinco horas e dezessete minutos entre TV.e computador.

Outra cena significativa que me deixou triste foi o momento em que um grande barco que era suntuosamente embalado pelo emblema de uma grande empresa alimentícia tomava o mesmo as águas do rio do estado do Pará imbuído em atender os Ribeirinhas com bolos, bolachas, chocolates, leite em pó e outros. E na região do Amazonas os índios já eram dependentes químicos desses produtos inadequados a saúde que já não digo infantil, mas aos adultos também.

Aqueles poucos índios que temos quebravam junto das grandes empresas a originalidade de suas alimentações. Essa cena me despertou lágrimas.

Nessa crônica não destaco um terço do que assisti nesse documentário de longa metragem.

Que não fosse a democracia (muito bem vinda) deveria ser de cunho obrigatório aos pais de cada sala de aula assistirem a esse documentário avivando o peso da consciência de cada pai e mãe. Porém, não podemos contar se quer com um decreto que avisasse o Brasil e a nós os pais através da mídia de consumo que estamos condenando nossos filhos à morte. Para governo uma comoção dessas implicaria nos impostos arrecadados. Mas quem sabe num levantamento ajuizado de custo e benefício o tratamento das crianças e adultos obesos seriam de maior custo que os impostos gerados pelas empresas que sem piedade assassinam nossas crianças, e porque não dizer aos adultos também. Outrossim, felizes de quem acompanha a mídia do bem que leva aos lares o bom e saudável costume alimentar.

Assim sendo, parabéns a Produtora Maria Farinha e a toda sua equipe que com discernimento fez a sua parte alertando sobre essa pandemia que se trata da obesidade infantil.

Lúcia Borges
Enviado por Lúcia Borges em 23/10/2012
Reeditado em 03/09/2015
Código do texto: T3948295
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