ELEITOS E ELEITAS: COMUNIQUEM BEM OS ANSEIOS DE SEUS ELEITORES

ELEITOS E ELEITAS:

COMUNIQUEM BEM OS ANSEIOS DE SEUS ELEITORES

Caros vereadores (as) eleitos (as) para os trabalhos no legislativo das mais diversas câmaras municipais, das mais diversas prefeituras, nas mais diversas realidades de nosso País.

Paz e Bem!

Para que os trabalhos sejam realmente desenvolvidos, o discurso é fundamental. E como esse trabalho de representação do povo no legislativo tem como base o domínio da comunicação e da ação comunicativa, eu gostaria de partilhar com todos os eleitos uma rápida reflexão que acredito; ajudará nas reflexões que serão feitas pelos os senhores e senhoras ao longo dos próximos quatro anos, nos microfones das tribunas.

Quando um comunicador difunde alguma coisa, tem em vista o agir no mundo em que ele vive. Ao exercer a sua informação, a pessoa produz um sentido com a finalidade de influir sobre os outros. Deseja que o receptor creia no que ele lhe diz, faça alguma coisa, mude de comportamento ou de opinião, etc. Ao comunicar, age no sentido de fazer, de agir concretamente, acreditando piamente no que diz. Mesmo que não pretenda que o destinatário aja, ao fazê-lo saber algo, realiza uma ação, pois torna o outro detentor de certo saber.

Comunicar é agir em sentido mais amplo caríssimos e caríssimas! Quando o comunicador difunde algo, ele reproduz em seu discurso elementos de formação discursiva dominante. E contribui para reforçar as estruturas de dominação, sendo elas de direita ou não.

Sem pretender que o discurso possa dominar o mundo, pode-se dizer que a linguagem pode ser instrumento de libertação ou de opressão, de mudança ou de conservação, depende, no entanto, do conhecimento e interesse de quem discursa.

As formações discursivas, constituídas por um conjunto de temas e de figuras, materializam as formações ideológicas. E essas formações discursivas são fenômenos de superestruturas, embora a linguagem em geral e a língua em particular, sejam apenas o instrumento de materialização das representações ideológicas. Se o seu discurso for determinado, ele será uma ação no seu município, e quem sabe, no Estado e no País. Pois todos os seus projetos, todas as suas fiscalizações e todo uso da tribuna serão um resultado do que você entende por discurso dominador e discurso libertador. Entre o primeiro e o segundo, prefiro aqueles que se dedicam inteiramente à liberdade.

Nunca se esqueçam: a linguagem é autônoma em relação às formações sociais e determinada por fatores ideológicos. A determinação ideológica revela-se, em toda a sua plenitude, no componente semântico do discurso. As formações ideológicas presentes numa dada formação social determinam formações discursivas. Pois a linguagem é um fenômeno extremamente complexo e multifacetado. E todas as determinações recaem sobre os sujeitos que se inscrevem no discurso. A linguagem é desafiadora para quem tem o uso dela. Como já dizia Riobaldo em sua obra, Grande sertão veredas: “Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça para o total”.

É isso aí!

Acácio

Fonte: FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. Ática. São Paulo. 1988.

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 17/10/2012
Código do texto: T3937679
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