PORTUGAL JÁ ESTÁ ARDER...


                         Um Pôr de Sol Transmontano...
 

Portugal Já Está Arder!?...  é o título de uma Crônica Minha escrita há vários anos atrás, em alegoria ao famoso filme da Invasão de Paris pelas tropas Alemãs durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
- Hoje ao ler o que se passa lá na "Santa Terrinha" eu fui rebuscar no Meu Baú e lembrei-me de voltar a publicar, iii... aatãon lá bai pra voismecês verem o que mudou?! nestes últimos anos; 
- De lá pra cá,  Três Vezes Nada,  Coisissima nenhuma!
De facto Portugal Já Está arder há muito tempo e continua. (por isso este é um filme com ante -estreia pré programada tal como uma "morte anunciada" a cada novo 10 de Junho (Dia de Portugal que se aproxima) desde mais de 45  anos atrás até hoje, ou mais!...ou mais, quem sabe?  

A crônica original começava mais ou menos assim, em réplica a uma Carta recebida de Amiga Minha residente e Paris desde então. 

 Acabamos de nos deliciar aqui com duas crónicas da nossa Amiga Maria Fernanda Pinto nas quais ela nos faz lembrar os grandes clássicos do cinema, nomeadamente os títulos "E tudo o Vento levou" e "Paris Já Está Arder".
 Se, no primeiro caso, temos o romantismo da epóca de ouro da libertação de escravos e preconceitos raciais trazidos pelas agruras da guerra civil Americana (entenda-se que; sempre se fazem guerras civis que é para civilizar as pessoas, e fazem-se guerras militares que é para se ganharem uns carcanhóis extra no quartel de Abrantes, onde no final de cada guerra fica tudo como d'antes!) - Porém,  no segundo caso de guerrasejam civis ou militares, nós podemos ler a ação de homens públicos, principalmente políticos de dentro e de fora do fogaréu em que eles transformaram as encostas e os vales, as planícies e os montes, as serras e os rios, as praias e as albufeiras, as enseadas e as ilhotas, as matas e os matagais!... Tudo o fogo consome e todos causados pela fuga em massa da nossa classe emigrante à qual temos o orgulho e a desdita de pertencer há quase 57 anos!

Lá da Cidade Luz,  conta-nos a nossa heroina da cultura migratória, com laivos de um "xuxialismo" reinventado no pós período da instalação da democracia em duas mãos, (entenda-se: quem está na mão do lado de cá do espelho, sempre acha que a direita é a esquerda!... mas quem está na mão, atrás do espelho d'água que é a opinião pública, sabe bem que a direita está à esquerda e vice-versa), ela a nossa Amiga, nos relata com carinho extremado, duas coisas que nos fazem bem à alma e aquiescem os nossos timbernilhos a continuar no batente da escrita sabe Deus para quê!?

 Dos salões Parisienses da Lusa Fundação Caloust Gulbenkian (ai de nós se não existisse tal fantazmasia para mostrar ao mundo os novos mundos desta nossa fantazia!)ela, a nossa Nobilissima Amiga Emigrante Avec (repetimos) ela nos mostra a exposição que é a Torre de Babelgicamente instalada em Bruxo Elas!
É ali, vejam bem voismecês, que são tomadas as decisões sobre o nosso destino Europeu, e porque são apoiadas pelos nossos Deputados do "Bruxo Elas", elas são tão cruéis!, mas tão cruéis, que nem dá para descrever aqui na sua plenitude verde e cruamente encarnada nas cores do pendão Nacional por excelência, mas, percebe-se o humorismo do aeroplano carregado de humor negro e toca fogo, em si própria!
- A crônica de Paris é, para mim, como compor um texto como quem toca uma guitarra ao som de um Ti Manel Cheiiinho de saudades.
Depois, ela a Liberdade Parisiense (de mãos dadas com a Consorte Égalité e Prima da Fraternité) ela a Liberdade desce majestosa ao Vale Du Loire, onde a cultura Emigrante passa por Tours e acaba por desaguar em Angoulême, aonde nós temos paragem obrigatória para bater um papo informal com o Ti Mané da Silva, (**)
- Sàravá oh temerato escriba das coisas dos "avecs" em terras Luz & Tanas!
É pena que isto aqui acima foi escrito na linguagem do Asterix e nem todos os emigrantes podem ter tal regalia de poder traduzir o famoso "calão" Eciano, Queirosiano mesmo!
O linguajar do nosso Ilustre Consul Parisiense "Eça de Queirós", dizia-nos ele;  o falar Emigrante é o Francês derivativo do Português arcaico-galaico-prosaico-duriense e Beirão, herdado dialecto do tempo do Ti Dom Afonso Henriques, filho da mãe Pátria. Ele sim era um verdadeiro Fidalgo que era fã dos seguidores do herói Capitão D'Arte À nhâ!
 
- Escrevemos assim porque nós não gostamos de descrever só os personagens, como também mostramos os réus e as vítimas de tais eventos "xuxialistas", mas,... mas deixem-nos explicar:
- Primeira mente, o filme "E tudo o Vento levou" só não conseguiu acabar com tudo o que restava do abandono dos nossos antepassados porque; como somos muito prevenidos, na ante-estreia deste filme, nós amarrámos tudo com cordas, e cardaços, e bramantes e baraços, e depois cobrimos tudo com a rede da internet porque em tempos difíceis tudo o que vier à rede! só pode ser atum enlatado e importado de Macau! Pois que, actualmente vem tudo através da China, claro.
- vale lembrar aqui que; todos os verdadeiros "retornados" Ex emigrantes do Ultramar, eles sabem a qualidade, a classe e o glamour que tinham as coisas de Macau naquele tempo.

- Segunda mente,  o filme "Paris Já Está Arder" foi uma lástima de bilheteria porque, na ante-estreia do seu lançamento nas instalações do Palácio do Carmo (há quem diga que aquilo era o quartel General da banda da GNR e por isso era um alvo a abater) foi recebido um telegrama no Comando do Quartel do Cabeço de Bola a dizer que era melhor adiar a estreia porque as casas de banho amanhecerem todas com um cartaz na porta da PIDE a dizer: " Fechado Para Balanço"
Ainda hoje  existem controvérsias para se saber a verdade sobre quem realmente usou a descarga naquela madrugada do 25 de Abril dse 1974, mas como o operador de rádio não entendia nada do "código Dá VintchCinco de Abriu-looooooo"!... Ele, coitado, ele se atrapalhou e descodificou o texto recebido para o velho código morse.
(eu tenho em mãos a gravação original da Rádio da noite de 24 para 25 de Abril de 1974) - Nisto, ele entrou aflito na sala de despachos das "Escolhas do Professor Marcelo" e simplesmente gritou " Paris Já Está Arder em Portugal, carago"!...vamos fugir todos P'ra Argélia.

- Terceira mente é público e notório que as "hordas" emigrantes depois de terem ido " A SALTO" para a França e para o "Luxo Em Burgo", em ondas de "a saltantes" cada vez mais e mais crescentes, para fugir ao fogo que lhes vinha nos calcanhares, elas as "hordas" lá conseguiram se estabilizar na estranja, e concordaram em começar a mandar os seus haveres, os seus carcanhóis que naquele tempo eram ainda muito Francos e sinceros, honestos, e de boa indole como manda a santa madre igreja católica-apostólica-romana Lusitana... haja o que houvér não interessa divulgar os caminhos de compostela porque todos eles vão dar a Lisboa.
Por isso, nesta data em que comemoramos o dia da Comunidade aonde estamos, nós queremos saudar e repetir alto e bom som. Viva Portugal!
 
(*) Articulista Cultural sediada em Paris.
(**) Manuel da Silva – Emigrante em França, autor de “Ils ont brülé ma terre” que nós traduzimos de forma aliterada para este epitáfio  “Portugal Já Está Arder...”.
Silvino Potêncio - Junho/2008
Emigrante Transmontano - O Homem de Caravelas - Mirandela

 

Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 16/10/2012
Reeditado em 15/04/2019
Código do texto: T3935454
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