O QUE FICOU... (EC)
O tema a ser explorado hoje é: “Ficou em algum lugar do meu passado”. E eu me pergunto o que teria pra dizer sobre o assunto... Por vezes sou estupidamente travada quando me proponho a arrancar qualquer coisa de dentro de mim , não consigo debulhar mágoas passadas (já o fiz no divã do analista), nem tampouco repartir alegrias (neste caso parece falar mais alto o egoísmo). Contudo, alguma coisa confessável ficou guardada , sim. Explico: Talvez por uma questão de carência, exerça sobre mim um fascínio especial as histórias que começam por “era uma vez”, e que não me foram contadas. Criança quis ouví-las. Adulta quis escrevê-las. Hoje, a frustração do fato anterior bloqueia-me a imaginação e sei apenas dizer: "era uma vez"... Minhas homenagens, portanto, a Clarice Lispector, que foi mais além e conseguiu: ”Era uma vez um pássaro, meu Deus”. Extensivo a todos àqueles dedicados escritores que, com a sua imaginação abençoada, foram e são capazes de povoar mentes infantis de sonhos tão necessários, não importando que mais tarde possamos nos transformar no escravo citado por Descartes, que gozava de uma liberdade imaginária e quando começou a suspeitar de que essa liberdade era apenas um sonho temeu ser despertado e conspirou com essa ilusão agradável para ser mais longamente enganado, permanecendo na sonolência a ter que enfrentar o conhecimento da verdade que lhe viesse esclarecer as trevas das dificuldades que teria de enfrentar vida afora.
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(Este texto faz parte do Exercício Criativo (EC) sob o título “Ficou em algum lugar do meu passado”. Outros textos sobre o mesmo tema são encontrados neste endereço: http://encantodasletras.50webs.com/ficounopassado.htm
O tema a ser explorado hoje é: “Ficou em algum lugar do meu passado”. E eu me pergunto o que teria pra dizer sobre o assunto... Por vezes sou estupidamente travada quando me proponho a arrancar qualquer coisa de dentro de mim , não consigo debulhar mágoas passadas (já o fiz no divã do analista), nem tampouco repartir alegrias (neste caso parece falar mais alto o egoísmo). Contudo, alguma coisa confessável ficou guardada , sim. Explico: Talvez por uma questão de carência, exerça sobre mim um fascínio especial as histórias que começam por “era uma vez”, e que não me foram contadas. Criança quis ouví-las. Adulta quis escrevê-las. Hoje, a frustração do fato anterior bloqueia-me a imaginação e sei apenas dizer: "era uma vez"... Minhas homenagens, portanto, a Clarice Lispector, que foi mais além e conseguiu: ”Era uma vez um pássaro, meu Deus”. Extensivo a todos àqueles dedicados escritores que, com a sua imaginação abençoada, foram e são capazes de povoar mentes infantis de sonhos tão necessários, não importando que mais tarde possamos nos transformar no escravo citado por Descartes, que gozava de uma liberdade imaginária e quando começou a suspeitar de que essa liberdade era apenas um sonho temeu ser despertado e conspirou com essa ilusão agradável para ser mais longamente enganado, permanecendo na sonolência a ter que enfrentar o conhecimento da verdade que lhe viesse esclarecer as trevas das dificuldades que teria de enfrentar vida afora.
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(Este texto faz parte do Exercício Criativo (EC) sob o título “Ficou em algum lugar do meu passado”. Outros textos sobre o mesmo tema são encontrados neste endereço: http://encantodasletras.50webs.com/ficounopassado.htm