Um sábio ou um sabido?

José era um rapaz bem aparentado, bonito e de uma conversa interessante que dava gosto escutá-lo.

Certo dia, já convicto que sua lábia, sua 'pala' era de convencer qualquer criatura, deparou-se com o sabido João.

João era bonachão, brincalhão, esperto, inteligente, porém astuto e sagaz.

Pois é: As pedras se encontram!

É o ciclo natural da vida.

Só de assistir a cena já dava para imaginar o que viria dali. Um espertinho querendo devorar um espertalhão.

Rir era uma certeza daquela amizade, mas vamos deixar rolar até onde der, imaginavam eles.

Até na Bíblia tem uma história de Labão e de Jacó.

Diz a Sagrada Escritura que Labão prometeu sua filha Raquel se Jacó trabalhasse para ele por 7anos. Jacó (cujo nome já denomina-se enganador) trabalhou os devidos 7 anos e quando foi pegar a virgem que o Labão o havia prometido, recebeu a outra irmã de Raquel, Léia.

Ele dormiu com Léia, enganado, pensando ser a prometida Raquel.

Ao amanhecer, descobriu o 'engano' provocado pelo pai das moças.

Diz o Santo Livro que Labão obrigou Jacó a trabalhar mais 7 anos para ele, e, aí sim, desta vez ganharia a pretendida Raquel.

É muito engraçada esta história, pois Labão era um enganador de carteirinha e deparou-se justamente com um tão enrolador quanto ele, o usurpador Jacó.

Quando duas pessoas metidas a espertas estão numa mesma jornada, não há outra coisa a fazer senão esperar e ver até onde vai desaguar suas estripulias.

Sempre digo: A doçura e honradez desta vida breve e momentânea é poder ser lapidado diariamente para ser considerado um pequeno sábio e não um grande sabido!

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 01/10/2012
Código do texto: T3910789
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