PARADA DE 7 DE SETEMBRO...DESFILE COM GOSTO DE SAUDADE!

Até hoje o Dia da Independência do Brasil é muito comemorado, costumamos ver na televisão as paradas militares em Brasília, nossa Capital Federal, e em algumas outras capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, até ficamos emocionados, mas..., nada se compara ao meu relato de hoje.

Ipameri, Goiás, era a sede do 6º Batalhão de caçadores do Exército brasileiro com muito orgulho. Imaginem uma cidade do interior, população pequena, mas repleta de famílias ilustres. Um batalhão do Exército sempre significava progresso, movimentava a cidade, o comércio, gerava mais empregos sem contar com o glamour que imprimia á cidade, estou falando da década de cinquenta do século passado, mas... Parece que foi ONTEM!

Os militares de alta patente tinham suas residências em casas da cidade, quando viam com as famílias. Os que deixavam os familiares em outras cidades por um ou outro motivo, ficavam no quartel mesmo.

Todos os anos o movimento era maior na época em que os rapazes que completavam dezoito anos tinham que se apresentar, para cumprir seu dever e se alistarem. Era um reboliço na cidade, que nem sempre tinha estrutura para receber tanta gente de uma vez só. Os hotéis e pensões quase não davam conta de hospedar tantos aspirantes a militar, se bem que a maioria era da região.

Mas o que quero relembrar mesmo eram as comemorações em que havia desfile militar. Como era lindo! No inicio dessa prosa falei sobre os desfiles atuais, mas nada se compara aos de antigamente. Hoje, o Dia da Independência é visto mais como um feriado, antigamente não. Além dos militares, os Colégios e Ginásios da cidade se preparavam durante meses para a Parada Cívica. Os nossos uniformes eram cuidadosamente arrumados e preparados com esmero para a ocasião e era com orgulho que esperávamos o dia D, para exibirmos tudo de melhor. Nossos uniformes de gala eram lindos, as Freiras do Colégio e Diretores do Ginásio e demais escolas faziam o que podiam para apresentar o melhor possível, tarefa difícil, como competir com o charme dos militares?

O desfile passava por todo o centro da cidade, nas ruas mais importantes, minhas primeiras lembranças datam do período em que as ruas ainda não eram asfaltadas, todavia os desfiles nunca perdiam o brilho. Primeiro vinham as escolas, com todos os pelotões impecáveis e em seguida fechando o desfile era a vez dos militares. Imaginem algo grandioso, com tanques de guerra, cavalos e a fanfarra então! Tocando as marchas, com os tambores, cornetas e demais instrumentos musicais. Só deixando a imaginação de todos irem além, se bem que tenho certeza que muitos leitores vivenciaram o que estou tentando expressar.

Meu irmão Renato, como todas as crianças da cidade, brincava constantemente de desfiles militares, tocando latas como se fossem tambores. A vovó Antônia não teve sossego enquanto não comprou um tambor quase de verdade para ele, inesquecível... Durante o desfile a população acompanhava tudo das calçadas, dos alpendres e do alto dos prédios, esclareço que tinha prédios de dois andares na cidade e não eram poucos. Nossa avó Antônia que chamávamos carinhosamente de vovó Totonha postava ao longo da rua, procurando um ótimo lugar para apreciar seus netos desfilando. Gente! Na linguagem de hoje poderia dizer que pagávamos um mico do tamanho de um bonde, pois assim que os netos passavam no local que ela estava, a nossa querida dava tchau, batia palmas e outras coisinhas mais, nem preciso dizer como nos sentíamos, bobagem... É uma pena... Poderíamos ter aproveitado mais todo este carinho. Essa euforia toda era com a passagem de todos os netos, ela não fazia diferença entre nós.

Breve voltarei com muitas lembranças desses maravilhosos anos dourados.

Goiânia, 18 de abril de 11. Em tudo dai graças! Sônia

Legenda e referências pessoais:

Antônia Pedroso de Moraes – minha avó paterna;

Renato Pedroso de Moraes- meu irmão;

Ipameri-Goiás- cidade do interior;

Colégio – Educandário N. S. Aparecida das Missionárias de Jesus Crucificado;

Ginásio – Ginásio Estadual;

Sexto Batalhão de Caçadores – unidade do Exército Nacional;

Para meditar:

“Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque Ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre” Salmo 106, versículo 1.

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Sônia Pedroso
Enviado por Sônia Pedroso em 06/09/2012
Código do texto: T3867899
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