A FILHA DO NETO

A FILHA DO NETO

A história se repete. O mesmo que aconteceu com a Fabíola, filha do Arnaldo Bruna, meu colega de faculdade, agora acontece com a Marcela, filha de meu saudoso sobrinho, o Neto, filho do irmão Waldemar, também já falecido. A Internet, a incrível Internet, fez com que ela tomasse conhecimento da existência do livro “Um passado sempre presente”. E, através de email manteve contato comigo, solicitando um exemplar. Mora em Piracicaba, junto com a mãe Leila. Paula, sua irmã, já casada, também mora lá.

Esse meu sobrinho, o Neto, em meu modo de ver, teve uma vida meio conturbada. Trabalhou em banco, e, para minha surpresa, de um dia para o outro, ficou bem de vida. Associou-se a um italiano mecânico, fabricando e fornecendo aparelhos de alta precisão, à indústria petrolífera. Estava em franco progresso. Não durou muito!

Sem eu saber a causa, a sociedade foi desfeita, o Neto deu uma degringolada, acabando por se separar da mulher. Passado certo tempo, vivendo uma vida irregular, más companhias, abusando do álcool, foi acometido de um violento aneurisma cerebral, acabando, em poucos dias, por falecer.

Meu relacionamento com o Neto, para dizer a verdade, nunca foi muito bom. Não concordava com seu tipo de vida, meio atribulada, fugindo de certo modo, do normal de um homem casado, e pai de família. Durante a juventude, eu interno no colégio, pouco ou nada testemunhei de sua infância.

Certa ocasião, em minha casa, durante uma visita, contou-me ele um fato, até então para mim desconhecido, ou esquecido! Dizia que, certo dia, em um almoço domingueiro na casa de minha irmã Guiomar, eu, ao reprimi-lo de uma brincadeira com seu primo Ruy, ambos meninos, dei-lhe um tapa em seu rosto. Sinceramente, não me recordo, porém, como essas coisas marcam, pode até ter acontecido! Sei lá, jovem ainda, imberbe, nessa idade não tinha eu a suficiente maturidade para conter certos impulsos, e a agressão deve ter se concretizado! Lamentável, pois isso ficou gravado no subconsciente do Neto, e ele jamais esqueceu.

“As pessoas se esquecem do que você fala, as pessoas se esquecem do que você faz, porém, as pessoas jamais se esquecem do que você as fez sentir”.(autor desconhecido)

Foi o que aconteceu! Paciência!

Hoje, só resta a saudade de todos!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 26/08/2012
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