A Caminho do Gólgota II

Em 31 de maio último, escrevi sobre a viagem que fizemos à Terra Santa, Jerusalém. Nosso grupo excursionista, trinta e quatro peregrinos, esteve primeiramente em Madri, local desconhecido da maioria. Fizemos breve city tour pelas centenárias ruas madrilenhas e, em seguida, voamos com destino a Tel Aviv, principal cidade de Israel, sobre a qual comentei no texto acima mencionado. Conforme prometi, volto a escrever sobre a fantástica viagem. Sequenciando-a, falarei de Jaffa ou Jope, fundada a mais de 4.000 anos.

Chegamos à Jaffa, antiga Jope, local onde o apóstolo Pedro teve a visão dos animais impuros, segundo relatado em Atos, capítulo 10, versículos 9 a 23. Ali, visitamos a casa de Simão, o curtidor. Eu, particularmente, fiquei feliz com a visita. Em nossas reuniões semanais, às sextas-feiras, por ocasião do culto de gratidão a Deus, em nossa casa, costumo iniciá-lo lendo os versículos 32 e 33 do mencionado capítulo, que dizem:

"Manda, pois, alguém a Jope a chamar Simão, por sobrenome Pedro; acha-se este hospedado em casa de Simão, o curtidor, à beira-mar" (versículo 32).

"Portanto, sem demora, mandei chamar-te, e fizeste bem em vir. Agora, pois, estamos todos aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir tudo o que te foi ordenado da parte do Senhor" (versículo 33).

Recito esses versos, destinando-os ao mensageiro da noite. Faço minhas as palavras bíblicas, concitando o pregador a transmitir a Palavra de Deus. As mensagens têm sido edificantes e já deram frutos. Registramos algumas conversões, principalmente na família. Esperamos que, no decorrer do tempo, sejam mais abundantes ainda.

No contexto histórico, a importância de Jaffa revela-nos algumas situações dignas de observação: A cidade teria sido fundada por Jafé, filho de Noé, e o rei Salomão transportou do Líbano a madeira necessária à construção do Templo de Jerusalém. Também foi em Jope que Pedro ressuscitou Tabita. Os versículos 36 a 42 do livro de Atos dos Apóstolos contam-nos a história:

"Havia em Jope uma discípula por nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas; era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia" (versículo 36).

"Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se" (versículo 40).

"Ele (Pedro) dando-lhe a mão, levantou-a; e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva (versículo 41).

Interessante lembrar que, do porto de Jope, Jonas saiu para sua viagem a Nínive, onde deveria cumprir a determinação divina de clamar contra ela, pois, sua malícia subira até Deus. Como sabemos, Jonas se dispôs a cumprir a ordem do Senhor, mas desviou-se para Társis (antiga denominação da Espanha). A desobediência custou-lhe um enorme susto, pois fora tragado por um grande peixe, em cujo ventre permaneceu por três dias e três noites. Eis o que diz a Bíblia, no Livro de Jonas, capítulo 1, versículo 17:

"Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas: e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe".

Jope foi e ainda é importante porto marítimo. Finalmente, incorporou-se a Tel Aviv, moderna metrópole e cidade cosmopolita de Israel.

Ao final de nossa passagem por Jaffa, almoçamos em um restaurante árabe, onde comemos um estranho sanduíche. Com bastante fome, devoramos “a coisa” sem dar ouvidos ao paladar. Depois da aventura, o grupo gozou bastante o guia Salo, responsável pela escolha do local.

Saídos do restaurante, aguardamos na rua o ônibus que estacionara em lugar distante. Nesse interregno, vimos soldados armados de metralhadora, policiando atentamente o movimento. Em nenhum instante ficamos preocupados.

Espero que o leitor sinta entusiasmo pela leitura desta narrativa. Assim como a primeira, intitulada "A caminho do Gólgota", esta e as demais receberão o mesmo título, adicionado a um algarismo romano sequencial, até que se complete tudo o que pretendo lhe transmitir. Concorda? Até a próxima!