SEXO POR SEXO

O sexo hoje em dia esta tão banalizado quanto chamar alguém de “amor” dizer “eu te amo”. Dizemos isso até para o cachorro da vizinha. Amor virou sinônimo de “clima” se pintar transamos. O nome não interessa quanto menos envolvimento melhor e quem por ventura inventar de querer algo mais sério corre o risco de sofrer e muito com essa particularidade rara. Não preciso dizer que felizmente existem as exceções. Tenho uma colega carioca além do sotaque trouxe também os costumes. A primeira coisa que chama atenção num homem é o “salário” se for pequenininho não tinha nem “assunto”. Adorava dizer que não gostava de “negro preto” ainda espero que ela me explique que nova raça é essa. Se o cara falhasse a mulher se “possuía” afinal era o ápice do momento tão esperado dela. Uma tarada incondicional sem precedentes ficava ouvindo horrorizada, gente que “E.T.” é esse? Apareceu um cara que não deu muita sorte no encontro, não levantou nem o lençol para sair da cama. Ela “se recebeu” achei desnecessário, no mínimo devia ter assustado a pessoa com sua urgência descabida. Aquele ímpeto sexual descompensado. Um dia contou que se reencontram e ele ainda fez uma gracinha dizendo que estava lhe devendo “uma” . Pensei, ele não, tu. O respeito com ele e consigo mesmo. Ah, esqueci-me de dizer! Ela ficou tão irada naquele fatídico dia que rasgou a camisinha toda do cara. É ou não um caso de tratamento psicológico? Nesse reencontro ainda brincou que estava costurando a camisinha para dar-lhe de presente. Meses depois se encontraram de novo, orgulho ferido, condição de macho abalado, pegou-a pela mão sem dizer palavras e entraram num táxi. Banal, evasivo, sem proposito, sem amor, sem romance. Se estou com inveja?

Sim. Inveja das grandes, simples e humildes estórias de amor. De um encontro de almas, um envolvimento que deixa saudades. Beijos abraços da vontade de rever aquela pessoa com nome, endereço, RG. Essa mesma pessoa que sei o número do telefone, trocamos e-mails, do tempo que levei para me decidir e quando o fiz não senti nenhum arrependimento. Inveja sinto de quem se predispõe ao envolvimento maduro sensato e sem riscos, só os inevitáveis. Inveja de quem não se esconde atrás de um órgão sexual com medo de fazer alguém realmente feliz. Inveja eu sinto de quem amou pra valer um dia e teve de renunciar pelo outro.

Invejo quem deixa o amor livre para que na saudade fique preso a ele para sempre.

RÔCRÔNISTA
Enviado por RÔCRÔNISTA em 03/05/2012
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