Maio e a déia

                         Azul do céu brilhou
                         E o mês de maio, enfim chegou.
                                                Almir Sater

     Maio me encontra ainda em Vila Velha, mas pronto pra voltar pra Bahia. A saudade apertou!
     Hoje pela manhã, saí procurando uma igreja para ouvir um bendito mariano, mas não encontrei. 
     É provável que em um lugar qualquer da praia de Itaparica, onde estou hospedado, exista um templo católico. Não conheço a cidade e seus recantos. 
     Igrejas de outros credos eu vi uma ao lado da outra.
     Mas nelas o mês de maio não é festejado com a mesma devoção e solenidade das igrejas romanas. 
     Chego, então, à conclusão de que, no momento, resta-me recordar os benditos marianos que aprendi no passado. 
     E assim será, pelo menos até chegar a Salvador onde há uma igreja católica praticamente em todos os seus bairros; e porque é maio, louvando e bem-dizendo a Virgem de Nazaré.
                              ***
     Cada pessoa tem o seu mês predileto. 
     Um bom acontecimento, por exemplo, pode levar o cidadão a eleger, como de sua preferência, o mês em que o bom aconteceu; ou lhe aconteceu.
     Confesso que nada de extraordinário aconteceu-me no quinto mês do calendário gregoriano, a ponto de me levar a considerá-lo o mês de minha preferência. 
     Não sei se foi o seminário franciscano, onde passei parte de minha juventude, que me ensinou a gostar de maio. Se não me ensinou, mostrou-me a ternura que o envolve e o distingue. 
     De primeiro a 31, a certeza que tenho é a de que um dia será sempre melhor do que o outro. 
     E até agora tem sido assim.
                    ***  
     Houve um tempo em que os casamentos eram, na sua maioria, celebrados em maio. 
     Indiferentes ao seu TPM, as jovens preferiam maio pro seu enlace matrimonial. 
     Por que maio? Andei lendo  que o nome maio é derivado de uma deusa, a deusa Bona Dea. E que essa déia da mitologia romana é simplesmente a deusa da fertilidade. 
     É muita coincidência. 
     Mas, afinal, nada acontece por acaso... 
     
     
 
     
     
     

      
      



     
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 01/05/2012
Reeditado em 04/05/2012
Código do texto: T3643387