ALEGRIAS DA INFÂNCIA

ALEGRIAS DA INFÂNCIA

Graças a Deus, tive uma infância feliz! Pai, mãe, irmãos, todos numa convivência em completa harmonia. Uma família unida!

Partindo daí, só poderia estar de bem com a vida. Muitos amigos na escola, na vizinhança, de modo que usufrui muito bem aquela saudosa época!

Brincar em meu quintal era uma delícia. Com uma grande variedade de árvores frutíferas, vivia trepado nelas, em especial num pé de mexerica, a preferida! Aliadas a isso, vinham as peladas do futebol, com bola de meia, de borracha, até que, num Natal, aconteceu uma das coisas que jamais esqueci. Acordei abraçado com a bola de “capotão”, como chamávamos aquelas de couro, com uma abertura onde se colocava uma câmara de borracha, e um bico para enchê-la. Que felicidade!

Além dessas brincadeiras, havia muitas outras!

Quem não jogou fubeca, como eram chamadas as bolinhas de gude? Dificilmente, as calçadas eram cimentadas, ou com outra espécie de cobertura. Eram de terra. Então, fazíamos três ou quatro buracos (box) em linha reta e um perpendicular ao último. No mínimo, jogavam dois. De certa distância do primeiro box, atirávamos a fubeca, e o que estava mais perto dele tinha a preferência. Ganhava o que fazia o trajeto (ida e volta) em menos jogadas. Durante a caminhada, para afastar o adversário dos boxes atirava-se em sua bolinha.

E o peão? Enrolava-o no cordão, fazia-se um círculo na terra, e tinha que deixá-lo ali dentro, arremessando. O outro jogador deveria fazer o mesmo, atingindo o do adversário.

“Uma na mula” era outra brincadeira comum entre a molecada. Consistia em pular o amigo que se postava em pé, com o tronco encurvado, pronunciando-se certas palavras que ora não me recordo.

Havia as brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega. A do “Mandrake aí” era muito engraçada. Aquele que a iniciava, ao ver o amigo pronunciava aquelas palavras, e este deveria permanecer parado, como uma estátua, até sua liberação. Se saísse antes, era punido com as “cachuletas”, nome dado aos tapas nas costas do infrator.

Já na parte mais esportiva, promovíamos torneios de futebol de mesa, com botões de roupa, geralmente dos de paletó, por serem maiores. Não havia os atuais, com os símbolos dos clubes. A meta era feita por duas pedras e o goleiro uma caixa de fósforos. Grandes disputas! Bem como, as competições de ping-pong, com mesa, rede, tudo improvisado.

Mas, sem dúvida, a maior atração era o futebol! Aconteciam grandes jogos entre “a turma da rua de cima, contra a turma da rua de baixo”. O jogo era levado a sério, os times uniformizados (só as camisas), e, muitas vezes, aconteciam as inevitáveis brigas.

Porém, no fim, a paz voltava a reinar!

Assim curti minha infância, entre o lado mais responsável, a escola, e os folguedos da época. Tudo bem equilibrado, pela constante fiscalização da Dona Adelina, minha mãe.

Saudades!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 30/04/2012
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