NEGRO MORENO ESCURO OU AFRODESCENDENtE

Houve um tempo em que ser chamado de negro era uma ofensa braba, éramos morenos escuros. Tempos depois com o crescente numero de movimentos negros, dizer-se negro era um orgulho quase uma religião. Ser moreno escuro virará uma ofensa “oh morena!” ou aquela morena nossa um desrespeito com nossa raça. Então para complicar a cabeças de todas as raças surgiu o Afrodescendente. Podemos usar o negro em ocasiões informais e se não nos cuidar vira um processo. Processo esse que vira e mexe acaba sendo arquivado, o acusado entra com um recurso sempre aceito e a coisa morre ali mesmo. Há controvérsias, mas não vem ao caso agora. Nas décadas passadas o negro, moreno escuro ou afrodescendente não namorava branco de jeito nenhum( só bem escondido). Com o tempo o que mais escuto é o branco dizendo que “adora negras”. Se um negro diz que adora brancos esta sendo preconceituoso com a raça. Os afros, negros ou morenos escuros, vieram ao mundo tendo que provar que são “capazes” . Em qualquer profissão na carreira de modelo anos atrás só podia um casal de negros em todas as agências espalhada pelo Brasil, lá fora não sei. Negro muito feio hoje é de uma beleza exótica. Em novelas garantidos para nós, o papel de escravos, domésticos com o tempo ficamos só com “doméstico”. Um avanço e tanto. O tempo passou, graças a Deus, da senzala/cozinha , para protagonistas da novela. Ainda sobre o preconceito, ninguém que me conheça acredita que saiba escrever. Preciso provar mostrando meus trabalhos e ainda assim recebo um olhar incrédulo e quando digo que não escrevo poesias aí piora. Por que na cabeça de quem só lê ou nem isso, qualquer um escreve poesias. Como se escrever poesias fosse fácil. Somos avaliados pela profissão que muitas vezes nos foi imposta, não escolhida. Às vezes por comodismos, falta de iniciativa, preguiça de correr atrás. Ou dificuldades mesmo de aprendizado e resta o mais fácil: o serviço braçal. Podia fazer média e dizer que todas as raças passam por isso. Só que agora estou falando do negro! Queria ter escrito sobre isso há mais tempo, mas só me inspirei agora.

Não lembro quando nem o nome da novela, mas a Camila Pitanga e o Lazaro Ramos formavam um casal. Ele numa carreira de dar orgulho para a negrada que os assistia. Porém, pegador! Só mulherão, pensar o que sobre isso, nas entrelinhas o autor quis dizer que negro bem sucedido é mulherengo.

Camila Pitanga negra, louca de bonita, chefe inteligente, articulada sempre se lembrando das dificuldades que passou para usufruir agora de tudo aquilo. Começaram a se relacionar, engravidou nasceu um 'brigadeirinho" tri lindo. Formou-se uma família bem de vida apaixonante de se ver na tela, jantando e escolhendo um apartamento novo para criar o filho. Na primeira nuvem “negra” que baixou no relacionamento deles o autor tratou de clarear a situação com o Antônio Fagundes. Fãs me perdoem! Mas o homem está fora de forma, charme ali... tem mais não para aquela personagem da Camila Pitanga.

Quem disse que a população negra queria ver isso? Que palhaçada foi aquela? E ainda casou a personagem com o galã grisalho, há controvérsias quanto ao “galã”. Podia ser “ex”, não é?

Estou sendo preconceituosa? Estou, eu posso. A vida toda passamos por isso. Estou sendo vingativa, não sei... Mas deu uma baita decepção.

Para coroar a tirada de mestre do autor o negro bem sucedido continuou na sua vidinha de “pegador”, bom de cama.

É essa ideia que “ainda” passamos para os brancos?

A negra mais bonita da senzala fica na casa grande para satisfazer o senhor. E o negro parrudo e bom de cama fica solto para procriação.

RÔCRÔNISTA
Enviado por RÔCRÔNISTA em 21/04/2012
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