IMPUREZAS DA LÍNGUA

IMPUREZAS DA LÍNGUA

Já disse e escrevi várias vezes, que pertenço a um grupo de “velhinhos” frequentadores do ex-Parque Duque de Caxias, em Santo André. Dos onze componentes, somente dois são sub-sessenta. Fazemos caminhadas todos os dias, sem interrupção, começando às 05:30h. Uma hora de duração. Trata-se de um grupo muito coeso, amigos na acepção da palavra. Todos devem convir que a caminhada, com o correr (?) do tempo, se torna um tanto quanto entediante, devido a uma série de motivos: a rotina, a paisagem que não se altera, o cansaço. Então, devemos encontrar meios para superar tais obstáculos, tais como, comentar notícias de jornal, resultados do futebol e outros esportes e, principalmente, piadas. Estas prevalecem, mormente porque um dos componentes do grupo, o Alba, trata-se do possuidor do maior repertório de anedotas que conheço. Não há assunto para o qual ele não tenha uma piada. Tem algum outro contador, mas, ninguém se iguala a ele. Outro meio explorado, com o objetivo de amenizar a chatice da caminhada, são as tiradas que surgem no decorrer das conversas, essas resultantes da criatividade da grande maioria dos componentes do grupo. Os trocadilhos são muito frequentes. Nessa linha, aparecem aqueles jogos de palavras, expressões, que usadas num sentido do “só pensa naquilo”, se tornam jocosas. Um mestre nessa linha é o Luiz André. Vou dar alguns exemplos, sempre nascidos de uma pergunta ou um assunto suspeitos.

1) Você quer alguma coisa do Paraguai? Tenho uma prima, a Paula. É só pedir que a Paula traz!

2) O que você tem dá para 20 comer?

3) Vendo o amigo chegar, diz, você não morre mais, acabei de vender a espingarda de matar veado!

4) Pondo a mão no ombro do amigo, pergunta qual a diferença entre o leão e o veado? O leão não deixa!

Essas situações, entre uma infinidade de outras na mesma linha, servem para que o esforço praticado se torne mais leve, e para que o tempo passe mais rapidamente.

Terminado o exercício, vamos para a Padaria Brasileira, a mais famosa da cidade, na filial da Rua das Figueiras, a fim de tomar um cafezinho. Nesse momento, mais dois amigos se juntam ao grupo. Temos uma escala feita previamente, a quem cabe pagar cada dia. É a coroação do encontro diário. Nessa hora, ainda continua o festival de brincadeiras, piadas, gozações, tudo num ambiente sadio, que serve para estreitar ainda mais os laços de amizade que nos une.

Nunca nos esquecendo de que, paralelamente ao encontro de amigos, estamos contribuindo, de modo recíproco, para a manutenção da saúde de todos!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 09/04/2012
Reeditado em 11/04/2012
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