HOMENAGEM AO CRAQUE

HOMENAGEM AO CRAQUE

Conheci-o quando eu era, ainda, menino. Ia assistir aos jogos do Corinthians de Santo André, no Américo Guazzelli em Vila Alzira. Início dos anos 50. Ou um pouco antes. Magrinho, lépido, canhoto como todo craque, habilidoso, e um portentoso chute de esquerda.

Assim os anos se passaram... Por volta de 1954, o já falado Juvenil Social Brasileiro, do Américo Novela, o Cú de Pão, do Fanny, do Davi, do Manhas, do Valsenir, do Gatão, do Pirilo, e meu, agonizava. A maioria deixava a categoria por idade.

O Octavio do Oliveira, ligado ao Primeiro de Maio F.C., veio ao nosso encontro, e propôs que participássemos do campeonato promovido pela Liga Santoandreense de Futebol, pelo seu clube, o que aceitamos. Então, aqueles que não haviam ido para outros clubes, jogamos esse torneio, pelo alviverde da hoje Chácara Mimosa. Vejam só. Eu, então um jovem de uns 16 anos, fiz ala com aquele que tanto admirava, em minha infância. Terminado o tal campeonato, segui meu caminho por outros clubes, enquanto ele, o craque, ainda ligado ao Primeiro de Maio, se tornou mais famoso, jogando futebol de salão.

Mais tarde, jogando futebol pelo time do meu querido Panelinha, tive como companheiro de ataque seu irmão Celso, o Mosquito, também excelente jogador, que apesar de suas pernas serem como duas varetas, possuía um chute fora do normal. Só que destro.

Nos anos 70, já casado, passei a frequentar o alviverde, nos fins de semana, para jogar... Sinuca. Era o que dava.

Assim, depois de muitos anos, voltei a manter contato com o antigo ídolo. Sempre do mesmo jeito. Quieto, humilde, dificilmente ouvia-se sua voz alterada, a não ser quando errava alguma bola fácil de colocar na caçapa. Nessa hora, até o palavrão não incomodava.

Dessa época, lembro-me, com saudades do Lega, do Dr. Breno, do Passarinho, seu filho Roberto, do Galli, do Edmundo, do Tlach, do Iovando todos já falecidos, bem como do Ferreira, do Moreno, o Manias, o Adhemar Sampaio e tantos outros.

O craque também já não pertence a este mundo. O Primeiro de Maio perpetuou-o, com uma homenagem bem merecida, dando seu nome ao campo de futebol society.

Seu nome. Wilson Apolônio!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 06/04/2012
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