O Relógio do Itaú.

O Relógio do Itaú insinuava que eu poderia ser feliz. 1975. Altas noites no Alto do Sumaré...a avenida seguia direta bem em direcão à Avenida Paulista. Os dois meninos dormem,a esposa dorme. Um noctívago escuta Tom Jobim...e pensa...2004. A Nove de Julho está bonita e busca freneticamente os Altos da Paulista. pontes e viadutos a cortam. Parecem-se com minha vida,pois há sempre alguma coisa a cortar meu caminho. Quase 30 anos! O que mudou? Tom Jobim corre solto,agora em cd. O Relógio do Itaú ainda me diz as horas e temperatura. Mas,como estou eu por dentro? O que mudou? *Marina del Rey* me seduz:*Arquitetura de Morar*me faz passear pela música: com *Caribe* navego nos mares que conheci. Eta Tom! Te amo! Da minha janela vejo o Relógio do Itaú,através da Nove de Julho,como o via há 30 anos através da Heitor Penteado.O que mudou? Os meninos cresceram. Mudei de casa e mulheres. Tom Jobim ainda me emociona com seus tons. O Relógio do Itaú não mais.Vejo-o todas as noites. Engraçado...sempre o Relógio marcando o tempo de minha Vida. Mas ele nunca disse prá mim que eu poderia ser feliz. Ele é frio. O Relógio é o mesmo,Tom Jobim é o mesmo,as avenidas são as mesmas...é...só eu vivo a esmo à procura de mim mesmo. Amém!

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 16/03/2012
Reeditado em 12/01/2014
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