Por sentir medo

Quero frear tudo;

Calar meus versos;

Embriagar meus desejos;

Dopar meu coração;

Colocar meus sonhos num balão sem destino

e fingir que nunca foram meus.

Mas penso na calma.

Cautelo meus passos.

Piso em ovos.

Respiro bem lentamente.

Conto estrelas.

Procuro desenhos nas nuvens.

Tomo banho de chuva.

Desperto meus medos.

Parece mentira...

Depois de tantos caminhos de pedra fica difícil acreditar que posso não só procurar desenhos nas nuvens como caminhar nelas.

Aí fico parada,

na beira do rio,

calor de trinta graus

e eu ali pensando.

Eu brinco com a felicidade o tempo todo,

mas a mando ir embora sempre que vou me deitar.

Aí tem dias que acordo cheia de versos,

em outros só prosas.

Por agora,

e não sei ainda por quanto tempo,

quero contar histórias.

Vou contar durante o dia e durante a noite,

só pra ver se eu mesclo um pouco sonho com realidade.

***

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AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 15/03/2012
Reeditado em 15/03/2012
Código do texto: T3555956
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