Reflexão

Em momentos de reflexões, quando totalmente só e isolado dentro de um gabinete, ponho-me a analisar a realidade presente em nosso dia a dia nesta metrópole. Fazendo uma comparação com os demais centros urbanos onde a diversidade de culturas é menos intensa, chego a pensar que ao invés de evoluirmos, estamos regredindo cada vez mais. Hoje nós que vivemos à margem do chamado reduto da classe denominada alta, onde a segurança e todos os requisitos voltados para o bem estar destes privilegiados funcionam com uma maior intensidade, estamos obrigados a viver enclausurados dentro de nossa própria casa enquanto a bandidagem transita livremente pelas ruas fazendo e desfazendo, o que nos torna reféns de nossa própria inércia.

É verdade que alguns de nós ainda persiste na luta constante de buscar uma solução para o problema, mas não encontram respaldo nas autoridades competentes. Enquanto isso vamos assistindo nossa sonhada evolução despencar.

Confesso que tenho vontade de voltar a uns trinta anos atrás, onde podia transitar livremente por essa magnífica cidade sem sequer preocupar com segurança ou qualquer outro tipo de impecílio que viesse a tirar-me a tranqüilidade. O que mais me impressiona é que os nativos, hoje com quarenta anos de idade nada contribuíram para a união deste povo ávido de paz e sossego.

Já diziam nossos antepassados que a esperança é a última que morre, e é amarrado neste bordão que vou vivendo a esperança de um dia ver no hoje um retrato do antigamente. Ainda bem que não nos tiraram o direito de ter em Deus um grande aliado, pois do contrário já estaríamos mortos e enterrados há muitos anos. Não posso negar que evoluímos muito na tecnologia, na ciência e muitas outras coisas, mas na moral e no respeito ao próximo ainda estamos longe de alcançar o ideal. Um dia quem sabe ainda venho desmentir tudo isso que estou dizendo e nesse dia então poderei tirar de minha casa as grades, os cachorros e receber sem medo quem por ventura se julgar meu amigo.

(Estou falando de Brasília)